São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Setor gráfico recebe mais encomendas

DA REPORTAGEM LOCAL

As eleições estão movimentando as pequenas e médias empresas também do setor gráfico.
Segundo Mário César Martins de Camargo, presidente da regional São Paulo da Abigraf, associação que reúne as empresas do setor, "os políticos estão preenchendo o espaço resultante da diminuição da demanda neste segundo semestre".
Camargo diz que o volume de negócios nesta campanha está abaixo das anteriores, como a de 92. "Antes o candidato pedia um santinho em papel couché com várias cores. Hoje o papel é fino e só tem uma cor em cada verso."
O movimento dos negócios aumentou, mas não é suficiente para estimular contratações.
O produtor gráfico Alceu de Melo Guanaes, da agência de marketing político MPI, de Campinas (SP), diz que está tendo dificuldades para contratar serviços gráficos.
"Tenho notado que os prazos de entrega das empresas em São Paulo aumentaram. As gráficas estão sobrecarregadas de trabalho", afirma.
Aumento da concorrência
Com a queda das atividades do setor de brindes, os partidos estão tendo espaço para barganhar preços com as empresas.
Segundo Milson Massuda, presidente da Anfab, o aumento da concorrência está fazendo com que empresas que fabricam brindes mais caros passem a produzir artigos mais populares.
"As eleições aqueceram o mercado. Quem normalmente compra brinde não tem comprado. Este deve ser um dos poucos setores onde ocorrem negociações", afirma Roberto Curti, gerente comercial da Andu Brindes Indústria e Comércio Ltda.
A empresa, que fabrica réguas plásticas e esferográficas, teve sua quantidade de pedidos dobrada. Ela contratou cinco funcionários para atender à demanda.
Antônio Cláudio Rezende, presidente da Abla (Associação Brasileira das Empresas de Locação de Autoveículos), diz que o setor não observou, até agora, maior volume de negócios devido às eleições.

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