São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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Rússia 'caça' agressor de medalhista

Popov fala em retomar esporte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Rússia saiu à caça dos agressores de Alexander Popov, 24.
O bicampeão olímpico dos 50 m e 100 m livre foi apunhalado na noite de sábado por um vendedor de melancias, em Moscou.
A polícia divulgou ontem, pela televisão e pelos jornais da capital, o retrato falado do principal suspeito. Ele tem entre 23 e 25 anos.
Outro jovem, de 22 ou 23 anos, foi detido, acusado de participar da briga que feriu o medalhista.
O nadador encontra-se em estado "de gravidade média, mas estabilizado", segundo boletim do cirurgião Iuri Pantsirev, encarregado do pós-operatório.
Popov foi transferido para o Hospital do Kremlin, presidencial. Está consciente, internado na unidade de terapia intensiva.
Considerado o maior velocista do mundo na natação, ele foi golpeado mais de uma vez na região abdominal. Um rim e um pulmão foram perfurados.
Acompanhado de um amigo e duas mulheres, Popov caminhava de volta para sua casa, num bairro da região sudoeste da cidade, quando se envolveu na briga.
Segundo a agência de notícias "Itar-Tass", uma das mulheres parou na banca de frutas e abriu uma melancia. Mas, em seguida, desistiu de comprá-la, reclamando da qualidade.
Foi então que os vendedores, originados do Azerbaijão, na região do Cáucaso, partiram para a violência, na versão da polícia.
O atleta perdeu muito sangue durante o transporte para um pronto-socorro no bairro.
"Ele correu risco de vida", disse Guenadi Alechin, presidente da Federação Russa de Natação.
"Mas, agora, me parece bem e em condições de se recuperar", completou o dirigente.
Popov chegou a dizer que pretende voltar a praticar o esporte que o consagrou.
"Ele sorriu para mim", declarou o médico Rimma Maslova, da equipe que o socorreu primeiro.
Na noite de domingo, o atleta gravou um depoimento para a TV russa. "Não há mais razão para alarme", afirmou, brevemente.
Tarzã
Com 1,99 m de altura e envergadura e 90 kg, o nadador encontra-se invicto desde 1991.
Ao conquistar o ouro nas duas provas de velocidade em Barcelona-92 e em Atlanta-96, igualou proeza de 1924-1928 do norte-americano Johnny Weismuller, que mais tarde ficou conhecido no mundo como o ator de Tarzã.
Ao voltar a Moscou, depois da Olimpíada de Atlanta, afirmou que pretende buscar a façanha inédita nos Jogos de Sydney-2000. Popov, aliás, já treina regularmente na Austrália.
Ontem, internado, recebeu a informação de que foi homenageado pelo presidente russo, Boris Ieltsin, com a medalha de honra ao mérito.
O primeiro-ministro russo, Victor Chernomirdin, voltou a deplorar o incidente e ordenou um reforço nas investigações do caso.

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