São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 1996
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'Speed' é só adrenalina

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

A exibição de "Speed/Velocidade Máxima" (0h30) e "Perdidos na Noite" (2h30), um em seguida ao outro, ambos na TNT, coloca o espectador diante de dois tempos do cinema.
"Perdidos", Oscar de melhor filme em 1968, explora a amizade entre dois homens. O primeiro (Jon Voight), um jovem texano que vem a Nova York crente que vai abafar com as mulheres (e será sustentado por elas). Não é o que acontece.
Ele se torna um reles prostituto. Só acha consolo na figura do ser doentio (Dustin Hoffman) que o abriga. Mesmo se não é o melhor filme de sua época, "Perdidos" gira em torno de opções de vida, dúvidas, aspirações, negações e crenças.
Sucesso recente e estrondoso, "Velocidade Máxima" nos atira no coração do cinema "de adrenalina": durante mais ou menos duas horas, Keanu Reeves tenta desarmar uma bomba armada no interior de um ônibus em movimento (se a velocidade do ônibus aumentar ou diminuir, o artefato explode).
Está certo, não são filmes correlatos. Mas mesmo a comparação com aventuras dos anos 60/70 (os filmes com Steve McQueen, por exemplo) seria constrangedora. Parece que o cinema videogame se empenha em não dizer nada. Seu início e seu fim consiste em provocar descargas hormonais. Isso é um pouco alarmente.
(IA)

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