São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Estudo prevê calculadora

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta do MEC vai quebrar um tabu também no ensino da matemática -considerada o ponto fraco da educação básica brasileira. O estudo admite o uso de calculadora para alunos entre a 1ª e a 4ª séries -não para poupar o trabalho da criança, mas para ajudá-la a refletir.
O ensino de matemática e português e o comportamento dos professores ganharam destaque na proposta.
Motivo: só 30% dos alunos que completam a 4ª e a 8ª séries estão aptos a resolver problemas e só a metade deles é capaz de formular crítica sobre o que lê.
As aulas de matemática darão ênfase justamente à resolução de problemas. "O trabalho mecanizado, desprovido de significado para o aluno, pouco contribui para ajudá-lo a resolver problemas da vida prática ou desenvolver suas competências lógico-matemáticas", diz o documento.
A admissão da calculadora causa polêmica.
"Estou 100% de acordo. O modo como vai ser usada é que deve ser discutido", diz Nilson José Machado, 49, professor da Faculdade de Educação da USP.
Para ele, a calculadora deve fazer parte do instrumental básico do aluno. "É um uso inicial do próprio computador. O tempo gasto com as contas pode ser usado para analisar os dados do problema."
Para a coordenadora do curso de pedagogia da PUC-SP, Noely Weffort de Almeida, 49, fazer contas ajuda a desenvolver a capacidade de raciocínio. "Com o uso da calculadora, pula-se uma etapa." Ela admite o uso a partir da 5ª série.

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