São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996
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Cairo homenageia artista brasileiro

Festival reunirá grupos de 50 países

ERIKA SALLUM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O 8º Festival Internacional de Teatro do Cairo, que acontece entre 1º e 11 de setembro, vai homenagear o artista brasileiro César Vieira, fundador do Teatro União e Olho Vivo.
Além dele, mais dez artistas do mundo inteiro serão homenageados. O festival reunirá grupos teatrais de 50 países.
Vieira, que recebeu o convite do Ministério da Cultura do Egito pelos seus 30 anos no Olho Vivo, vai apresentar a mais recente montagem do grupo, o musical "Us Juãos i os Magalis".
Resultado de oito anos de pesquisas, o espetáculo conta a história de Sebastião Magali, um jovem gaúcho que, em 1907, decidiu fundar uma república dentro do Brasil. Para isso, pediu dinheiro para o governo norte-americano e contratou soldados mercenários.
"Nossa montagem é uma versão dessa história verídica", explica Vieira. Segundo ele, o musical tem a estrutura das "marujadas nordestinas", apresentações folclóricas cujo tema são as lutas entre mouros e cristãos.
"Em vez deles, entram em cena os magalis -invasores- e os 'juãos'- os donos da terra", diz Vieira, um dos autores da peça.
A trilha sonora é do maestro José Maria Giroldo, e o figurino, da artista plástica Graciela Rodriguez.
No Cairo, farão duas apresentações -uma delas na Ópera Nacional.
Folclore
O Teatro Popular União e Olho Vivo foi criado em 1966, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. A maioria dos integrantes é formada por amadores: "São pessoas que nos procuram querendo fazer teatro. Há operários, bancários, advogados, artistas plásticos etc."
Os ingressos para as peças do grupo têm sempre preço simbólico, e, em geral, o Olho Vivo se apresenta em bairros populares de São Paulo. Seus espetáculos misturam circo, carnaval, folclore e futebol.

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