São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mistura pode estragar atmosfera
CARLOS CONDE
É verdade que quase todos os grandes criadores já morreram, mas ainda temos o lendário Benny Carter, com 90 anos e em grande forma, além de outros veteranos. A nova geração, que se iniciou com os irmãos Marsalis na transição entre as décadas de 70 e 80, está aí dominando o mercado em discos e concertos. E quem acompanha o movimento jazzístico japonês sabe que eles editam mais que o dobro dos americanos, em matéria de CDs e vídeos de jazz, para não citar discos de bossa nova. Todos os festivais vêm apresentando uma programação mais eclética, a começar pelo de Montreux, que faz isso há mais de 15 anos, com noites de jazz, de blues, de rock, de gospel e de música brasileira, culminando com o JVC Jazz Festival de Nova York, que era o mais ortodoxo dos festivais. Sempre achamos que os conjuntos de pop music, fusion, rock, blues etc. ajudam os festivais do ponto de vista financeiro, de modo que os fãs do verdadeiro jazz podem curtir os seus ídolos, em dias ou auditórios mais apropriados. Apenas entendemos que não deve haver mistura no mesmo show, para não prejudicar a atmosfera adequada a cada tipo de música. E também somos contra a inclusão do "handicap" nacional numa noite de jazz ortodoxo ou "mainstream", que é como gostam de chamar atualmente o jazz acústico. Chamar esse tipo de jazz de "tradicional" é estar por fora do assunto. Esperemos que não ocorra algo como na noite do "Tributo a Tom Jobim", há alguns anos atrás, quando Leo Gandelman quase teve que ser abatido a tiros para deixar o palco. Texto Anterior: O jazz morreu? Próximo Texto: Não mais que fruto perecível Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |