São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 1996
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Rossi vai a igrejas para pedir voto evangélico

'Foi orientação do Espírito Santo', diz ele

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Francisco Rossi, mudou a postura que assumiu no início da campanha e resolveu pedir voto nas igrejas evangélicas.
"Não vou pedir voto", disse Rossi ontem à Folha. "Pedirei que rezem a Deus por mim, e para que ilumine o povo de São Paulo para que vote no melhor candidato."
O pedetista já tem marcados para setembro encontros com líderes evangélicos e visitas a templos. "Serão de 15 a 20 visitas em grandes eventos", afirmou.
Inúmeras vezes, Rossi criticou a conduta de buscar o voto evangélico por parte de seus adversários Celso Pitta, do PPB, Luiza Erundina, do PT, e José Serra, do PSDB.
Dizia que ninguém o via entrar em igreja para pedir voto. "Vou como fiel."
A queda nas pesquisas de intenção de voto levou Rossia a mudar de comportamento. Passou a cortejar os evangélicos no programa de TV, em minicomícios e no corpo-a-corpo. Rossi afirma que sua mudança de postura deveu-se a "orientação do Espírito Santo".
"É uma voz interior muito forte, é o Espírito Santo, o Deus vivo, orientando. No início da campanha, sentia no meu coração que não deveria procurar as lideranças evangélicas."
No último sábado, as coisas mudaram. Segundo Rossi, a "voz" disse que havia chegado a hora de ir à igreja como candidato. Com a mulher, Ana Maria, foi à cruzada evangelística da Assembléia de Deus em Santo Amaro (zona sul).
Para o vice de Rossi, vereador Marcos Cintra (PL), o pedetista "perdeu espaço" ao não fazer campanha entre evangélicos desde o início. "Rossi tem que ir à igreja pedir voto. Todos os candidatos estão fazendo isso, os evangélicos são mais de 20% da população."
Cintra acha que Rossi reconquistará o terreno perdido. O vice disse discordar do uso de símbolos e mensagens religiosas no programa de TV.
"Isso gera rejeição entre o público não-evangélico. Na TV, ele deve dirigir-se à população em geral, mostrando plano de governo e experiência como administrador."
Segundo o Datafolha, Pitta tem a preferência do voto evangélico pentecostal (37%) e não-pentecostal (36%), seguido de Rossi, com 19% e 23%, respectivamente.

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