São Paulo, sexta-feira, 30 de agosto de 1996 |
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Santos tira crianças viciadas das ruas
FAUSTO SIQUEIRA
Um ônibus da Guarda Municipal percorreu pontos onde crianças e adolescentes fumam crack, no centro e nos bairros do Gonzaga e Boqueirão (orla da praia). Eles foram levados para a sede do Corpo de Bombeiros, onde tomaram banho, ganharam sapatos e roupas, fizeram uma refeição e tiveram os cabelos cortados por aprendizes da oficina de beleza do projeto Meninas de Santos, que atende adolescentes prostituídas e em "situação social de risco". Todos foram fotografados antes e depois do atendimento. Segundo o secretário de Ação Comunitária, Antonio Lancetti, o objetivo das fotos é mostrar aos meninos e meninas, com a mudança na aparência, as vantagens de deixar as ruas. Pelo menos metade das crianças recolhidas nas ruas é procedente de São Paulo, afirmou Lancetti. Segundo ele, as crianças de fora serão mandadas de volta para suas cidades de origem. As santistas serão convencidas a retornar à casa das famílias ou ficarão na Casa de Acolhimento, da prefeitura. Uma menina que se encontrava em situação de extrema dependência do crack foi encaminhada para o Núcleo de Atenção ao Toxicômano, órgão municipal. As operações de recolhimento de crianças serão realizadas com frequência, conforme o secretário, mas sem periodicidade definida, para preservar o "fator surpresa". Na semana passada, um menino de rua foi encontrado "quase morto", segundo Lancetti, devido a uma overdose de crack, e outro foi achado esfaqueado, possivelmente em razão de dívidas com traficantes. Ambos tinham aproximadamente 12 anos. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santos, Antonio Lechugo Gil, 52, disse que aprova a operação de recolhimento de crianças e adolescentes, mas considera a medida insuficiente. Para ele, a prefeitura teria de oferecer cursos profissionalizantes aos adolescentes de Santos. Texto Anterior: Garoto da praça diz ter 12 anos, mas aparenta 7 Próximo Texto: O governo Maluf Índice |
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