São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Avon cresce com vaidade das chinesas

Empresa quer dobrar venda

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A Avon, empresa de cosméticos originária dos EUA e famosa por seu esquema de vendas a domicílio, planeja quase dobrar suas vendas no mercado chinês neste ano, para atingir o patamar de US$ 70 milhões.
A companhia já conta com um exército de mais de 100 mil vendedoras para enfrentar a concorrência dos cerca de 2.000 produtores de cosméticos no país.
"A China é o mais importante investimento para a Avon atualmente", declarou Edward Robinson, presidente da companhia, à agência de notícias "Dow Jones".
A Avon atua no mercado chinês desde 90. Seu investimento no país deve chegar a US$ 60 milhões com a inauguração, em 98, de uma fábrica em Conghua, na Província de Guangdong (sul da China).
Além dos chamados "produtos globais", as vendedoras da Avon na China também oferecem loções para pele elaboradas especialmente para o público local.
A China, com vendas anuais de US$ 40 milhões, ainda representa um mercado pequeno para a empresa, que atua em mais de 110 países. Mas a Avon espera atingir, na China, faturamento anual de US$ 250 milhões em 2000, o que faria desse mercado um dos maiores para a companhia.
Desde 1978, o Partido Comunista implementa reformas pró-capitalismo que tornaram a China dona de uma economia famosa pelo ritmo de sua expansão neste final de século. A taxa de crescimento em 95 atingiu 10,2%; em 94, 11,8%.
"Invasão" pelo sul
A expansão da Avon continuou na semana retrasada, quando foi inaugurada a sede da companhia em Pequim. A estratégia previu o início da "invasão" pelas Províncias do sul, pioneiras na implantação das reformas capitalistas do Partido Comunista.
As Províncias do sul também apareciam como um mercado mais promissor pela maior influência da vizinha Hong Kong. Nessa colônia britânica, os padrões de consumo seguem as influências da metrópole e valorizam mais o uso de cosméticos.
Atualmente, a Avon trabalha em mais de 40 cidades chinesas. A primeira foi Guangzhou, capital da Província de Guangdong.
Em julho, o escritório de Pequim trabalhou em regime experimental, e suas atividades naquele mês o colocaram em segundo lugar no ranking nacional de vendas, atrás apenas da pioneira Guangzhou.
A qualidade de seus produtos e preços acessíveis explicam o sucesso da Avon na China, afirma Susan Kropf, vice-presidente e encarregada do setor de marketing.
No começo do ano o governo renovou a permissão dada à Avon para trabalhar com seu esquema de vendas diretas ao consumidor.
A política governamental tem se notabilizado por limitar a emissão de permissões, num reflexo do medo causado pela falência e fraudes de algumas empresas de vendas diretas.

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