São Paulo, domingo, 1 de setembro de 1996
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Maluf ataca FHC

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Paulo Maluf (PPB), prefeito de São Paulo, telefona e pede que seja registrada a sua posição oficial sobre reeleição. E aproveita para fazer um forte ataque ao governo FHC:
"O governo é covarde. Quer a reeleição e não tem coragem de mandar uma emenda constitucional completa. Deveria incluir a reeleição para todos os níveis, a instituição da fidelidade partidária e o voto distrital e proporcional misto".
Maluf ficou preocupado com a leitura que muitos teriam feito da sua nova abordagem sobre a reeleição.
O prefeito esclarece o seguinte:
1) será sempre contra a reeleição para os atuais ocupantes dos cargos executivos. É a favor da reeleição para os próximos eleitos;
2) fará de tudo para que seu partido não discuta o assunto neste ano, conforme determinou a Convenção Nacional do PPB;
3) em 97, continuará a defender a reeleição apenas para os futuros eleitos. Mas respeitará a decisão do partido, mesmo que seja diferente da sua vontade pessoal.
Indagado sobre a razão de ter defendido a reeleição para si próprio, até o começo deste ano, e agora ter mudado de posição, Maluf tergiversa. Responde com outro ataque a FHC.
"O presidente me chamou em setembro de 95 e disse para começar o movimento. Em dezembro, disse que convocaria o Congresso para votar a reeleição. Pode publicar isso e eu quero que ele me desminta", diz o prefeito.
Maluf sugere que mudou de opinião porque entendeu que FHC também teria mudado. "Entendi que ele tivesse desistido do assunto. Eu gosto do presidente. Não vejo por que ele pudesse ter mentido", afirma.
Mas, afinal, o que significa tudo isso? O prefeito pede para a coluna não interpretá-lo. "Deixe o leitor tirar suas conclusões", apela.
Só para ajudar, então, um resumo: Maluf continuará com seu discurso anti-reeleição, rejeita o tema neste ano e, em 97, vai seguir o seu partido, o PPB, que já foi PPR, PDS e Arena.
Agora, o leitor pode concluir.

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