São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Divergência faz Alagoas sofrer risco de intervenção

SILVANA FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A falta de entendimento entre o governo de Alagoas e o Poder Judiciário local, após um dia de negociações, voltou a expor o Estado ao risco de intervenção federal.
O presidente do TJ (Tribunal de Justiça), José Aguinaldo Araújo, manteve-se firme na disposição de não assinar o protocolo do acordo que exige redução de gastos no Estado em troca de recursos federais.
A resistência do TJ de Alagoas forçou o ministro da Justiça, Nelson Jobim, a realizar três reuniões em busca de uma saída para o impasse. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, participou de duas delas.
Ao final da segunda reunião, às 17h, o ministro da Justiça, Nelson Jobim, relatou o impasse ao presidente interino, Marco Maciel, no Planalto. Novo encontro ficou marcado para as 11h de hoje.
O acordo prevê redução no repasse de recursos ao Poder Judiciário. O Tribunal de Justiça não abre mão de receber R$ 49,8 milhões, correspondentes às parcelas atrasadas dos repasses. A verba está bloqueada por decisão do STF.
O governo estadual se dispõe a repassar cerca de R$ 16 milhões e afirma que o valor cobrado pelo Judiciário é superestimado. O cálculo teria sido feito com base numa previsão orçamentária muito superior à arrecadação real.
Araújo disse que a Constituição assegura repasse proporcional à previsão do Orçamento. "Eu presumo que deva haver acordo dentro dos parâmetros legais. O repasse é constitucional."
Os repasses ao Judiciário estão suspensos desde abril. Os funcionários dos outros Poderes também estão sem receber.

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