São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Presidente vai 'acompanhar' emenda

DA ENVIADA ESPECIAL

Sem assumir publicamente que o governo trabalha a favor do projeto de reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que não se constrangerá em defender a reeleição no Congresso.
A pergunta feita a FHC foi: "O senhor se sente constrangido em buscar votos no Congresso para aprovar o projeto da reeleição?". FHC respondeu que não se cogita disso, mas emendou: "Nunca me constrangi em defender tal ou qual princípio".
Literalmente, FHC disse que o Congresso precisa decidir sobre um princípio (da reeleição) e não sobre a sua eventual candidatura a um segundo mandato no Palácio do Planalto.
"Outra coisa é a reeleição do atual presidente, se ele vai ou não ser candidato. Nunca me pronunciei sobre isso e está fora de propósito no momento", disse.
Cauteloso, FHC disse que o governo "vai acompanhar" a mobilização de "forças políticas" a favor da reeleição.
Indiretamente, ele respondeu a uma reivindicação de aliados que sustentam o projeto de mais quatro anos de mandato para o presidente. "Nunca me furtarei a dizer o que penso no momento apropriado."
O PFL, por exemplo, cobra o empenho pessoal de FHC na aprovação do projeto de emenda que permite a reeleição no Brasil.
Apesar da expectativa generalizada de uma reforma ministerial após as eleições municipais, FHC também preferiu evitar o tema publicamente. "Eu nem cogitei de reforma", escapou.
Mais uma vez, FHC tratou de atenuar as declarações do ministro Sérgio Motta (Comunicações) contra o ex-presidente Itamar Franco (adversário da reeleição). "Todo mundo declara tudo no Brasil. Uns têm um temperamento de um tipo e outros de outro tipo", disse.
"Eu não vou encorajar nenhuma polêmica sobre o Itamar Franco. A minha relação com ele é a melhor possível. Sou amigo dele. O Plano Real é um plano conjunto da sociedade brasileira, do Congresso, que aprovou, do Itamar, que me apoiou sempre."
Integração
A assessoria de FHC distribuiu ontem discurso no qual o presidente reafirmava a posição brasileira de integração "gradual" dos mercados do continente -do Alasca à Argentina.
A criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) está prevista para 2005.
O tema seria debatido ontem à tarde, mas a reunião acabou sendo cancelada. Não houve explicação oficial sobre o motivo.

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