São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Entenda o que é a manifestação

DA REPORTAGEM LOCAL

"O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade", diz o padre Fernando Altemeyer Júnior, 39, mestre em Teologia da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção.
"O Espírito Santo é uma pessoa divina, sem rosto, que se manifesta sempre unida e em comunhão com as outras pessoas da Santíssima Trindade: o Pai (Deus) e o Filho (Jesus Cristo). O nome do Espírito Santo é amor".
Segundo Altemeyer, "a presença das igrejas -de todas elas- é a manifestação visível do Espírito Santo".
"Os talentos que as pessoas têm são dádivas do Espírito Santo", diz o teólogo.
"Macumba católica"
Para o padre Oscar Quevedo, 65, teólogo e parapsicólogo, o "dom de línguas" (de falar línguas estrangeiras) é "milagre raro", que aconteceu, por exemplo, com São Pedro, São Francisco Xavier e São Vicente Ferrer.
Esses santos, segundo ele, falavam perfeitamente dezenas de idiomas que nunca haviam estudado e eram entendidos pelos diferentes povos a quem pregavam.
Quevedo considera que, em consequência de fenômeno parapsicológico, alguém pode falar uma língua estrangeira que não conheça, mas de forma inteligível.
"A algaravia (palavras desconexas) é fruto de estado exaltado da consciência, fruto de histeria, simulação ou fingimento", afirma.
"Os carismáticos consideram 'dom de línguas' essa algaravia, mas isso é erro de interpretação. Um bispo e parapsicólogo muito conhecido disse, e eu concordo, que isso não passa de macumba católica", diz Quevedo.
"Dom de orar"
O coordenador do movimento de Renovação Carismática da Igreja Católica de São Paulo, Adilson Carvalhal, 54, empresário, diz que "o dom de orar em línguas é bíblico e qualquer pessoa que abrir seu coração pode recebê-lo".
Segundo Carvalhal, as palavras desconexas "são entendidas por Deus e agradam a ele": "O que importa é se comunicar com Ele".
A algaravia, em sua opinião, "é linguagem de louvor e súplica" e "manifestação do Espírito Santo".
"Muitas vezes não sabemos o que pedir e oramos com gemidos inefáveis, como diz a Bíblia", afirma. "O próprio papa João Paulo 2º diz que ora com gemidos."

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