São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Clubes usam 'gigantes' para evoluir

Times já 'crescem' no Paulista

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os times de vôlei masculino classificados para a fase semifinal do Campeonato Paulista da temporada 96 apostam no aumento da estatura de seus atletas para obter maior rendimento na quadra.
O Banespa saiu na frente. Das quatro equipes classificadas, o clube tem a maior média de altura do torneio, com 1,98 m, seguido do Report/Suzano (1,95 m), Frigorífico Chapecó/São Caetano (1,94 m) e Olympikus (1,92 m).
Preocupados com a nova tendência do vôlei mundial, que indica o crescimento das seleções nacionais (a Holanda, campeã olímpica em Atlanta, tem a média de altura de 2,00 m, contra 1,95 m da seleção brasileira), os clubes correm atrás de jogadores "gigantes".
Não por acaso, o time do Banespa é o que evoluiu mais na média de altura (1,96 m no ano passado, contra 1,98 deste ano).
"O clube tem por objetivo buscar não só jogadores de valor, mas que também sejam altos", afirma o técnico José Roberto Guimarães, ex-seleção brasileira.
Zé Roberto aposta no talento do juvenil Ricardo Roim, o jogador mais alto do Campeonato Paulista (2,10 m).
Bicampeão mundial infantil (1991 e 1993) e vice-campeão mundial juvenil (1995), Ricardo vem sendo submetido a um programa específico elaborado pelo clube.
Isso porque o jogador, um dos melhores da nova safra, acabou sendo muito exigido durante sua passagem pelas seleções infantil e juvenil e, aos 20 anos, já tem no currículo três artroscopias no joelho esquerdo.
"Por ser muito alto, o Ricardo precisa fazer um trabalho de preparação corporal para aguentar o ritmo de treinos", conta Ricardo Lange, supervisor das categorias menores do Banespa.
Preocupação
Para o técnico Renan, ex-jogador da seleção brasileira que foi medalha de prata na Olimpíada de Los Angeles-84, cuja média de altura era de 1,92 m, o "gigantismo" das equipes é uma preocupação constante, mas não deve ser visto como um fator determinante para o sucesso de um time.
Renan, que comanda o Frigorífico Chapecó/São Caetano, conta no time com três jogadores altos: os atacantes Milinkovic e Pezão (ambos com 2,05 m) e o meio-de-rede Alexandre Sloboda (2,01 m).
Segundo Renan, a tendência em aumentar a estatura dos times é uma realidade, mas não deve ser vista como prioridade.
"É lógico que precisamos investir na altura. Mas nem sempre se encontra jogador com talento na quadra e que tenha mais de 2,00 m de altura", diz Renan.

As semifinais do Campeonato Paulista (playoff melhor de três jogos) têm início amanhã. O Banespa enfrenta o Suzano, às 20h15, e o Chapecó pega o Olympikus, no mesmo horário

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