São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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País quer novo acordo de petróleo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os EUA disseram ontem que querem mudanças no acordo para venda limitada de petróleo do Iraque, assinado entre autoridades iraquianas e a ONU. O país disse que o atual acordo pode levar meses para ser implementado.
O preço do barril de petróleo da Brent para outubro atingiu US$ 23,50 em Cingapura, o maior preço registrado lá desde pouco depois da invasão do Kuait, em 1990.
Mas, depois da perspectiva de que os ataques não influenciariam o fornecimento de petróleo, o preço baixou, fechando em Londres a US$ 22,20 o barril, US$ 0,21 a mais do que o preço de anteontem.
Em Nova York, o barril fechou a US$ 23,40 (US$ 1,15 a mais do que anteontem), depois de atingir US$ 24,25 durante o dia.
"Existe o medo de que os fornecimentos do Oriente Médio sejam interrompidos, mas a oferta de petróleo não está em risco significativo", disse o representante de um grupo que trabalha com o mercado de petróleo.
Os negociantes de petróleo esperavam que o Iraque fizesse sua primeira venda de petróleo desde a Guerra do Golfo nas próximas semanas. Mas a ONU suspendeu indefinidamente a aplicação do acordo que permitia a venda.
Segundo esse acordo, o Iraque poderia vender US$ 2 bilhões em petróleo por seis meses para comprar remédios e comida.
Os EUA disseram ontem que as condições para o programa haviam mudado e que, portanto, ele deveria ser redelineado.
O programa era baseado no fato de que US$ 240 milhões dos lucros obtidos seriam reservados para áreas no norte do país que não estariam sob controle de Bagdá.
O assunto deveria ser discutido ontem em uma sessão noturna do Conselho de Segurança da ONU.
As Nações Unidas afirmam querer adiar o acordo por não poder mandar funcionários para observar a sua implementação no Iraque devido à falta de segurança.
Proposta britânica
O Reino Unido ofereceu ontem o rascunho de uma resolução que condena o Iraque pelo ataque aos curdos e que pede o retorno da situação anterior aos ataques.
A Rússia disse que iria se opor ao projeto britânico e que iria pedir a todos que "se abstivessem de usar a força" de uma forma geral, incluindo os EUA, o Iraque e o Irã.
Os russos também se opuseram à idéia de adiar a implementação do acordo de petróleo por meses.

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