São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARADOS

O fim do rodízio devolveu a São Paulo o caos no trânsito. A idéia defendida por muitos de tornar o rodízio permanente não encontra bons precedentes. No México, por exemplo, muitas pessoas compraram carros mais velhos e baratos para circular apenas nos dias em que não poderiam usar seus veículos habituais.
O resultado foi um aumento nos níveis de poluição. O mesmo fenômeno ocorreu em relação às gasolinas aditivadas com chumbo -mais baratas e mais poluentes- e as sem o metal. Muitos adaptaram os motores para circular com o combustível com chumbo, poluindo mais do que os modelos originais.
Grandes metrópoles convivem inevitavelmente com os engarrafamentos. Por melhores que sejam os transportes coletivos, Nova York, Paris, Londres e Tóquio são cidades difíceis para andar de carro. Ainda assim, elas oferecem uma alternativa. Quem decidir apanhar um metrô chega rapidamente a seu destino sem maiores percalços, ainda que com menos conforto.
O que o rodízio demonstrou é que a cidade não comporta tantos carros quanto a indústria é capaz de despejar na cidade. Não há prefeitura capaz de abrir tantas avenidas quantas seriam necessárias.
É evidente que é preciso criar novas vias para o trânsito futuro, mas mais importante é criar um sistema de transporte público capaz de, pelo menos, dar uma alternativa àqueles que desejam submeter-se a um transporte menos confortável, mas mais rápido e mais eficiente.
Nesse sentido, o metrô e os corredores de ônibus são alternativas extremamente importantes.
São Paulo só vai andar quando mais pessoas preferirem deixar seus carros em casa a sair com seus próprios veículos. Alternativas existem.

Texto Anterior: AFRONTA INACEITÁVEL
Próximo Texto: Um pequeno recorde
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.