São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Delfim cria o verbo "mottar" para defender Maluf na TV

Ministro é acusado de ter alimentado especulação nas bolsas

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado federal Delfim Netto (SP), vice-presidente do PPB, atacou ontem o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, e defendeu o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB). O deputado chegou a criar até o verbo "mottar".
Segundo Delfim, "mottar significa vazar informação no mercado e depois dizer que se enganou". O deputado se referia ao anúncio recente de aumento das tarifas telefônicas que gerou especulação nas Bolsas de Valores e "fez muita gente ganhar dinheiro". "Em país sério, isso dá cadeia", disse.
O ataque veio em resposta à entrevista de Motta no programa de TV "Jô Soares Onze e Meia", segunda-feira. O ministro afirmou então que Maluf foi "do regime militar" e citou o verbo "malufar" como sinônimo de "roubar".
Ontem, no mesmo programa, Delfim disse também que o ministro "não respeita o cargo que tem" e que estava movido a "gasolina azul". "Estava excitado, apoplético. Era um Volks com motor de Maserati, que sai atropelando. Foi irresponsável nas acusações."
Delfim afirmou ainda que Motta falou "mentiras deslavadas". "É verdade que Maluf participou do regime autoritário", mas "Motta também participou".
"Foi presidente da Coalbra no governo de João Figueiredo", empresa que tinha objetivo de obter álcool de madeira (fracassou).
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), também atacou Motta e até ligou para Maluf, em solidariedade. Na conversa, o prefeito reiterou seu apoio e do PPB à candidatura de Inocêncio à presidência da Câmara. "Maluf deve ser tratado como um aliado", disse.

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