São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Governo estuda uso do fundo de garantia no leilão da Vale

Programa lançado pelo ministro FHC incluía FGTS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo retomará a discussão do uso do patrimônio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço no processo de privatização, proposta da área econômica desde 1993.
Desta vez, a intenção é permitir que o FGTS participe da privatização da Vale do Rio Doce.
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) disse ontem que está estudando uma maneira de os trabalhadores receberem de volta o dinheiro do fundo usado para cobrir subsídios no SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
A idéia é usar créditos que o FGTS tem junto ao FCVS (Fundo das Compensações das Variações Salariais) na compra de ações de estatais superavitárias.
Segundo Kandir, a dívida do FCVS com os trabalhadores é de R$ 6 bilhões. O governo estuda pagar esse débito com títulos que poderiam ser usados nos leilões.
O governo já tentou colocar essa idéia em prática outras vezes. No Ministério da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso lançou o PAI (Plano de Ação Integrada), incluindo o uso do FGTS na privatização. O programa do candidato FHC também tratou do assunto.
Em 95, o deputado Cunha Bueno (PPB-SP) apresentou projeto de lei com idéia semelhante, mas o governo não ajudou na tramitação.
Kandir ressuscitou a proposta após reunião com o ministro Paulo Paiva (Trabalho) e sindicalistas da Força Sindical.
"Se o governo não pagar agora com a privatização, não paga nunca mais", disse o presidente da Força, Luiz Antônio de Medeiros.
Segundo Medeiros, não se discutiu o deságio que a Fazenda pretende dar à dívida do FCVS. A intenção é reduzi-la em até 60%.

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