São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Economista estima que déficit público será superior a R$ 21 bi

Para Raul Velloso, rombo deve ser de 3% a 3,5% do PIB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O economista Raul Velloso, especialista em contas públicas estima que o setor público terá déficit entre 3% e 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país) em 1996.
A análise foi feita ontem, no terceiro dia do Seminário Internacional de Finanças Públicas. Oficialmente, o governo mantém a previsão de déficit de 2,5% do PIB.
Velloso trabalha com uma hipótese pessimista (3,5%) e outra otimista (3%). Para um PIB estimado em R$ 712 bilhões, o déficit ficaria entre R$ 21,36 bilhões e R$ 24,92 bilhões. Sua previsão é que a situação das contas públicas deve melhorar a partir de 1997, quando o déficit operacional poderá ficar entre 1,2% e 1,6% do PIB.
Esses resultados seriam melhores do que o déficit de 5% do PIB de 1995. No início do governo Fernando Henrique Cardoso, a previsão era de déficit zero até 1998.
Velloso disse que alguns mecanismos que pressionaram as despesas públicas deixarão de existir a partir de 97. Além disso, algumas medidas adotadas este ano devem gerar aumento de arrecadação.
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) concluirá em outubro o pagamento da diferença aos segurados que receberam menos de um salário mínimo entre 88 e 91 -que custa R$ 1,2 bilhão por ano.
A decisão do governo de não aumentar o salário dos servidores em janeiro deste ano também terá impacto positivo, disse Velloso.
O economista disse que a receita pode melhorar devido às medidas adotadas, mas que isso não substitui o ajuste fiscal. Segundo ele, seria necessária uma operação desmonte para transferir aos municípios encargos que são da União.

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