São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Grupo rouba banco, faz reféns e é preso

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma quadrilha foi presa ontem à tarde em São Paulo, acusada de roubar um banco e fazer uma família como refém por 30 minutos. Do grupo participavam um policial militar e sua namorada.
A ajudante-geral Lucinéia Campolongo, 19, disse que resolveu acompanhar o namorado no assalto porque estava desempregada havia três meses. Ela recolheu o dinheiro dos caixas do banco.
O namorado é Pedro Francisco Silva, 29, soldado do 1º Batalhão da PM. Além dele, também foram presos Aírton dos Santos Baldini, 31, e Érico Edson Ferreira, 30.
Os quatro teriam invadido a agência do Bradesco da avenida Mutinga (zona norte) armados com uma espingarda calibre 12 e uma pistola calibre 7,65 mm.
Além de levar R$ 3.400 do banco, os ladrões também levaram a arma de um vigilante. Quando saíam da agência, foram vistos por dois investigadores do 45º DP.
Os policiais iniciaram a perseguição. A operação durou cerca de 15 minutos e envolveu carros da PM e da Polícia Civil.
Na rua Venâncio Diniz Junqueira, em Pirituba (zona norte), os acusados foram cercados e resolveram sair do carro e fugir a pé. Baldini foi preso ainda dentro do carro pelo policiais.
Reféns
Os outros três acusados entraram pelos fundos na casa do operador de máquinas Marco Aurélio Viana Lobo, 24.
A porta estava aberta. Marco Aurélio estava com a mulher, a dona-de-casa Helena Regina Souza Oliveira, 31, e o filho do casal, Marco Ubirajara de Souza Lobo, de 11 meses. "Eles não fizeram nada com a criança", disse o pai.
A casa foi cercada. Os acusados exigiram a presença da imprensa para libertar os reféns. Enquanto isso, mantinham o operador sob a mira da espingarda.
A negociação com a polícia durou cerca de 30 minutos. Quando viram a chegada dos jornalistas, os acusados se entregaram.
Os quatro foram presos sob a acusação de roubo e levados para a Delegacia de Roubo a Bancos do Depatri (Departamento de Prevenção a Crimes Patrimoniais).
Os outros acusados não deram entrevista na delegacia. "Foi a primeira vez que fizemos esse tipo de coisa", afirmou Lucinéia.
Segundo o delegado Francisco Basile, diretor da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, cresceu o número de pessoas que são presas assaltando bancos sem nunca ter cometido esse crime antes.
"Nesse caso específico, nós ainda iremos investigar se o grupo cometeu algum outro crime", disse.

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