São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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CUT unifica campanhas para ter força

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Amanhã se reúnem na CUT, em São Paulo, os sindicatos dos petroleiros, bancários, eletricitários, químicos e funcionários do setor de telefonia e dos Correios.
A possibilidade de não conseguir repor nem a inflação do período está levando categorias com data-base neste segundo semestre a se unirem.
Prevendo negociações bem mais difíceis do que em 95, sindicalistas afirmam que será necessária uma mobilização mais intensa na época dos dissídios.
O movimento pode se estender até a atuação em conjunto das duas principais centrais sindicais do país. A CUT e a Força Sindical já estão discutindo atualmente essa possibilidade.
Nenhuma das principais categorias que tiveram data-base no primeiro semestre, como metalúrgicos de ABC à CUT, metroviários e empregados da construção civil, conseguiram a reposição das perdas salariais decorrentes da inflação passada.
Apesar da recessão e do desemprego, os sindicalistas não descartam a hipótese de greves se não houver acordo. Eles reconhecem, no entanto, que o cenário econômico exige maior mobilização para que ocorram paralisações.
Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, com dissídio em setembro, diz que a união dos sindicatos é uma tendência.
"Mesmo que os bancários façam acordo, precisamos ser solidários com outras categorias", diz Berzoini, que pretende articular atividades comuns entre os sindicatos filiados à CUT.
Os metalúrgicos de São Paulo filiados à Força Sindical, com data-base em novembro, começaram a se mobilizar no final de julho. As reuniões que discutem as reivindicações da categoria começam normalmente em setembro, diz Eduardo Freitas de Almeida, secretário-geral do sindicato.
Os metalúrgicos não obtiveram neste ano a reposição da inflação de novembro a maio.
"Este é um reflexo do problema. Vamos ter de discutir um percentual maior de reajuste em novembro", afirma Almeida.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Antônio Carlos Spis, também acredita que as negociações devem ser mais difíceis. "As categorias já estão unidas. Vamos definir atos, boletins e assembléias em conjunto", afirma.
Luiz Antônio de Medeiros, presidente da Força Sindical, diz que a central quer criar um movimento de opinião pública com o objetivo de conseguir a reposição das perdas salariais de todas as categorias.
"É esse o caminho. Devemos nos unir." Medeiros diz que terá uma reunião com Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da CUT, na próxima semana.

LEIA MAIS sobre campanhas salariais às págs. 2-8 e 2-9

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