São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Petróleo motiva ação

PATRICK WORSNIP
DA "REUTER", EM WASHINGTON

O medo americano de que o Iraque novamente invada Estados produtores de petróleo explica por que a resposta aos movimentos militares contra os curdos no norte iraquiano ocorreu com ataques no sul do país.
Mísseis foram lançados duas vezes nesta semana contra defesas aéreas no sul do Iraque, e os EUA estenderam a zona de exclusão aérea ao sul até os subúrbios de Bagdá. Nada similar ocorreu no norte.
Havia também preocupações sobre uma operação militar no norte do país: temia-se que os próprios curdos fossem atingidos.
"Nossa preocupação era que, se Saddam Hussein achasse que obteve sucesso no norte, poderia atacar áreas no sul, de maior importância estratégica para eles e para nós", disse o secretário da Defesa dos EUA, William Perry. "Nossos objetivos, em primeiro lugar, são proteger os nossos aliados na região -Israel, Jordânia, Kuait e Arábia Saudita. Em segundo lugar, manter a livre circulação de petróleo do golfo."
Por duas vezes (em 1994 e em 1995), os EUA se movimentaram para deter concentração de tropas no sul do país. E os combates no Curdistão deram aos militares americanos a chance de poder atacar instalações que apoiariam um avanço em direção ao sul.
O Iraque tem menos chance de invadir pelo norte. Os poderosos vizinhos na região (Síria, Irã e Turquia) podem se defender.
Os EUA admitem que o fato de líderes do Partido Democrático do Curdistão terem convidado o Iraque a apoiá-los contra os membros da União Patriótica do Curdistão, supostamente apoiada pelo Irã, tornou difícil a ação americana na região. Os EUA rejeitam os governos de Irã e Iraque.

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