São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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O futuro de Serra

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Falta menos de um mês para o primeiro turno das eleições municipais e a corte em Brasília já produziu uma análise para o que foi a principal aposta de FHC nesta disputa.
José Serra, candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, tem três alternativas básicas de futuro. A saber:
1) pior cenário - Serra realmente empaca nas pesquisas de opinião. Atualmente está com 12%, em terceiro lugar. Se até o dia 15 deste mês não conseguir se viabilizar como uma opção real para disputar o segundo turno contra o candidato de Paulo Maluf, o sonho tucano vai de uma vez para o vinagre.
Nesse caso, o ex-ministro ficará de quarentena. Enfrentará grandes obstáculos para voltar imediatamente ao governo federal. O mais provável é que retorne ao Senado, onde tem uma cadeira garantida até o ano 2000.
2) Cenário mediano - Serra consegue crescer nas pesquisas de opinião. Fica empatado tecnicamente com a candidata do PT, Luiza Erundina. Só que no dia 3 de outubro não consegue ir para o segundo turno.
Se esse cenário mediano se confirmar, Serra fica fortalecido -ainda que de maneira frágil. Terá a seu favor a desculpa de ter lutado até o final. E poderá até voltar para Brasília com a cabeça mais erguida, quem sabe até para o governo.
3) Cenário ideal - os tucanos sonham que a pequena tendência de alta de Serra se confirme a cada nova pesquisa de opinião nas próximas semanas. A ponto de fazer o candidato passar para o segundo turno.
Se isso acontecer, Serra entraria fortalecido numa disputa polarizada contra o candidato malufista, que obviamente tem menos experiência política. O tucano poderia até vencer. Mas, mesmo perdendo, sua estupenda recuperação o credenciaria para fazer o que quisesse no governo.
Eis, então, os três cenários possíveis. Da boca para fora, os tucanos dizem em uníssono acreditar no melhor dos mundos. Reservadamente, a história é outra. Muitos admitem que, a esta altura, a vaca já foi para o brejo.

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