São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996 |
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Comissão deve aprovar projeto de união civil livre
RICARDO AMORIM
A união civil livre é um contrato registrado em cartório por pessoas do mesmo sexo solteiras, viúvas ou divorciadas. Instalada no dia 13 de junho, a comissão é presidida pela deputada Maria Elvira (PMDB-MG) e tem como relator o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) -dois defensores da idéia. "O parecer vai ser favorável", adianta o relator, que deve apenas trocar o termo "união" por "parceria"(leia texto nesta página). Apesar do apoio na Câmara e em abordagens de estranhos nas ruas, Marta Suplicy já teve de ouvir sua proposta ser chamada de "aberrante", "absurda" e "imoral". Mesmo assim, ela acredita na aprovação. Levantamento feito pela presidência da comissão mostra que, dos 17 membros titulares, pelo menos 9 são favoráveis. No plenário, a deputada acredita que as resistências vão aumentar, apesar de ver no radicalismo dos preconceituosos um trunfo para a aprovação da matéria. "Ninguém quer se identificar com o preconceito. Os argumentos desses parlamentares acabam não se sustentando. Muitos não têm nível para debater com deputados como o (José) Genoino (PT-SP), o (Fernando) Gabeira (PV-RJ) e o Tuga (Angerami, PSDB-SP)", disse, citando seus colegas favoráveis ao projeto. Marta já identificou até um grupo que é favorável à proposta, mas tem medo de assumir sua posição. "Um deputado me procurou dizendo-se a favor do projeto. Porém, ele temia a reação dos eleitores, preocupado com o que pensariam a seu respeito", conta. O parecer deve ser votado até o final de outubro. Texto Anterior: Legalização resolveria problemas cotidianos Próximo Texto: Não é casamento, diz autora Índice |
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