São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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'Metade dos correntistas não paga tarifa'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse que de 45% a 50% dos correntistas dos bancos brasileiros não pagam tarifas bancárias porque não usam os serviços cobrados.
Informações preliminares do BC mostram que, no primeiro semestre, grande parte dos correntistas pagou de R$ 2 a R$ 10 por mês de tarifa bancária.
Uma pequena parcela gastou mais de R$ 50 com tarifas, especificamente pessoas jurídicas.
Loyola esteve ontem numa audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara de Deputados para explicar a decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) de liberar as tarifas.
O presidente do BC afirmou que há uma discussão técnica no banco para isentar a conta-salário do pagamento de tarifas sobre a utilização de alguns serviços.
A conta-salário é aberta pela empresa para seus funcionários. Loyola disse que não é justo o funcionário pagar algumas tarifas porque a empresa já remunera o banco pelo serviço.
Alguns serviços, como o talão de cheques e o extrato bancário mensal, já são isentos de tarifa. "É uma relação entre banco e a empresa e não com o cliente."
Proteção alegada
Loyola disse que a liberação das tarifas bancárias foi adotada para dar clareza aos custos e assim "proteger o consumidor". Para ele, há utilização excessiva dos serviços bancários no Brasil por causa da tradição inflacionária.
Ele disse que o governo precisa incentivar a utilização dos correios -o vale postal, por exemplo- para remessa de dinheiro e pagamento de contas. "Com a queda da inflação, esse tipo de instrumento pode e deve ser revisto."
O ministro Pedro Malan (Fazenda) também participou da audiência. Disse que os serviços são tarifados em todos os países onde o sistema financeiro é desenvolvido. "Não sejamos ingênuos. Os bancos cobravam via inflação."

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