São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Indústria fatura 8,05% mais em julho

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Indicadores estatísticos da CNI (Confederação Nacional da Indústria) relativos a julho mostram aumento das vendas reais (faturamento) do setor industrial de 8,05% em relação a junho. Mas, no mesmo período, o nível de emprego caiu 0,16%.
Essa pesquisa da CNI foi realizada em 12 Estados. Embora festejado pela direção da CNI, o aumento das vendas reais não significa necessariamente o crescimento físico da venda de produtos industriais.
Embora a CNI especule que houve aumento da venda de produtos, o maior faturamento do setor pode ter ocorrido devido à venda de produtos mais caros -como um modelo de carro mais sofisticado.
"A gente realmente não sabe (por que o faturamento aumentou). Mas em geral, quando esse índice cresce muito, é porque vendeu mais", avalia o subchefe do Departamento Econômico da CNI, Flávio Castelo Branco, 46.
Para ele, esse índice representa "o mais alto nível de vendas" da indústria desde o início do Real.
Como o governo federal continua a adotar "medidas tópicas" de flexibilização do crédito, Castelo Branco acha que o índice de julho pode indicar "uma tendência" de recuperação permanente da atividade industrial.
O aumento real das vendas seria mais forte, segundo Castelo Branco, nas indústrias de bens duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e de bens de consumo não-duráveis (alimentos e bebidas).
Em São Paulo, o aumento do faturamento de 8,02% ficou próximo da média. Os maiores aumentos foram registrados no Amazonas (25,55%), Espírito Santo (21,17%) e Rio de Janeiro (11,56%).
Para Castelo Branco, um dado que reforça a avaliação da recuperação consistente da indústria seria o indicador de utilização da capacidade instalada do setor, que atingiu 78,6% em julho -representando aumento de 1,9% em relação a junho.
Mesmo na questão do desemprego, Castelo Branco afirma que o indicador de julho traz uma boa nova. A queda do nível de emprego de 0,16% seria a menor desde maio de 95, quando começou, após o início do Plano Real, a contração dos postos de trabalho.
Ou seja, a taxa de emprego continuou a cair, mas "caiu muito pouco". Para Castelo Branco, essa menor taxa reforçaria a avaliação de que estaria havendo uma melhoria consistente na indústria.

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