São Paulo, segunda-feira, 9 de setembro de 1996 |
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Abertura altera verbas de estatais Telefonia terá, em 97, 44% a mais que em 96 LUCAS FIGUEIREDO
O governo montou o orçamento de suas empresas para o próximo ano privilegiando alguns setores, em vez de pulverizar os recursos disponíveis. O maior exemplo do redirecionamento de verbas públicas ocorre na área da telefonia, devido à abertura do setor. A revisão de investimentos para o próximo ano em telefonia (R$ 7,9 bilhões) é 43,64% maior do que o previsto no Orçamento de 1996. A estimativa de gastos no setor em 1997 representa 50% dos recursos para investimento de todas as estatais juntas. Com a previsível entrada de recursos privados na telefonia celular, o governo optou por direcionar os investimentos para a telefonia convencional. A meta do governo é garantir 6,59 milhões de telefones convencionais em 1997 (entre linhas instaladas ou contratadas) contra 3,47 milhões neste ano. Em compensação, a previsão de celulares instalados ou contratados pelo Sistema Telebrás cai de 5,8 milhões neste ano para 4,91 milhões em 1997. "O ajuste tornou-se necessário tendo em vista o novo cenário de atuação das estatais. A quebra de monopólios possibilitou o acesso da iniciativa privada a atividades antes exclusivas da atuação governamental", diz o ministro Antonio Kandir (Planejamento). Segundo ele, esse ajuste está sendo feito com redução nos níveis de custeio das estatais e ganhos de produtividade. Ferrovias, portos e energia Se o governo aposta suas fichas no boom do setor de telefonia, em outras áreas, pretende deixar que a iniciativa privada faça os investimentos. O investimento em ferrovias em 1997 é de R$ 23 milhões, o que representa uma queda de 83% em relação a 96. No setor portuário, a situação é inversa. Apesar de estar se retirando dessa área, o governo deve injetar recursos nos portos. O objetivo é recuperar o setor para conseguir melhores preços na hora da venda. A previsão de investimentos passou de R$ 659,8 milhões neste ano para R$ 985,51 milhões em 1997 -um aumento de 49,37%. No setor elétrico, o governo vai reduzir os investimentos na geração de energia hidrelétrica e aumentá-los na área de transmissão de energia. Texto Anterior: Congresso mantém gastos com aposentadorias Próximo Texto: Telefônica gaúcha terá sócio estrangeiro Índice |
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