São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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Droga ainda é tabu

DA REPORTAGEM LOCAL

A descriminação ou proibição de qualquer droga não é de competência municipal, e um prefeito pouco ou nada pode fazer nessa área.
No entanto, a maneira como o candidato se posiciona interessa ao eleitor. Entre os temas do fórum sobre eleições municipais do Universo Online (o site da Folha na Internet), o que recebeu mais participações em menor tempo foi o que tratava de "Moral e Costumes".
Uma das perguntas aos eleitores era: "Você votaria em um candidato que já usou drogas?" Dos que a responderam, 88% disseram sim. E para a quase totalidade desses, o que o candidato faz na intimidade pouco importa.
Para a maioria dos participantes do fórum, o que mais importa -e por isso foi escolhido tal tema- é o uso que alguns políticos fazem do moralismo e de comportamentos privados para destruir adversários ou na autopromoção.
Se para os participantes pouco importa o que se faz na vida privada, para os candidatos, temas como drogas ainda são tabus.
Sem resposta
Pela primeira vez desde que esta coluna foi inaugurada, um candidato (Celso Pitta) recusou-se a responder à questão que lhe fora apresentada. Erundina não respondeu diretamente. A resposta de José Serra sequer chegou ao tamanho determinado pela coluna.
Em exemplos recentes, o então candidato a prefeito de São Paulo (em 1985), Fernando Henrique Cardoso, admitiu já ter experimentado maconha. Bill Clinton, o presidente dos Estados Unidos, também revelou ter fumado -sem tragar, ressalvou.
Em outro exemplo dos EUA, o deputado republicano Newt Gingrich, famoso pelo conservadorismo, também admitiu ter fumado maconha. Mas considera o ato "um erro".
Os candidatos Celso Pitta (PPB), Francisco Rossi (PDT) e José Serra (PSDB) afirmam nunca terem fumado maconha. A assessoria de Erundina foi contactada mas não soube responder à pergunta.

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