São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996![]() |
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FHC ameaça retaliar os adversários da reeleição
LUCIO VAZ
FHC tem dito a líderes do PSDB que, se a reeleição não passar, ficará definido quem são os adversários do governo, que seria montado a partir de uma base mais restrita nos dois últimos anos. A aprovação da emenda vai definir uma base de apoio mais ampla. Pelos cálculos do presidente, a decisão deixa marcada uma reforma ministerial para março de 97. FHC espera concluir a votação da emenda entre janeiro e fevereiro. Para cumprir esses prazo, será preciso instalar a comissão especial na Câmara em outubro, após o primeiro turno das eleições. PSDB e o PFL estão a favor, mas o PMDB e o PPB resistem a esse calendário. Pressão Não é a primeira vez que o Planalto ameaça retaliar aliados dispostos a votar contra os interesses do governo. Isso ocorreu na votação da emenda da Previdência Social na Câmara, em maio passado. O governo havia conseguido aprovar o relatório do líder do PMDB, Michel Temer (SP), mas vinha sofrendo derrotas na votação dos destaques. O Planalto chegou a anunciar que elaborava uma "lista negra" de dissidentes, mas não houve retaliações. A estratégia de FHC é centrar o debate na tese da reeleição dissociada da questão dos atuais governantes. As primeiras pesquisas junto a parlamentares mostram que a reeleição para os próximos governantes seria aprovada. A resistência maior se refere à reeleição dos atuais governantes. Uma vez garantido o apoio para a reeleição, seria colocada a seguinte questão: por que excluir os atuais? Não seria uma discriminação? Os governistas vão defender a tese de que só o eleitor tem o direito de excluir os atuais governantes, afastando-os por meio do voto. Outra estratégia será incluir a emenda da reeleição num pacote de reformas políticas, como a implantação do voto distrital. Texto Anterior: Argumento imbatível Próximo Texto: Aliados querem fórmula sem 'renúncia prévia' Índice |
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