São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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A ERA GEISEL

15.03.74 - O general Ernesto Geisel recebe o cargo do general Emílio Garrastazu Médici. Começa a "política de distensão", que prevê a redemocratização gradual do país. No mês de abril, as tropas do Exército sufocam a guerrilha no Araguaia. É o fim da luta armada no país.
17.05.74 - Ernesto Geisel e Alfredo Stroessner, presidente do Paraguai, firmam a ata de criação da Hidrelétrica de Itaipu. O Estado passa a investir pesadamente nos setores de infra-estrutura (siderurgia, petroquímica, transportes, energia) para reduzir as importações e equilibrar a balança comercial, afetada pela crise do petróleo. É o chamado 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento).
15.08.74 - São restabelecidas as relações diplomáticas do Brasil com a República Popular da China. O governo Geisel marca a consolidação da política externa do pragmatismo responsável, que visava a estreitar as relações com o Terceiro Mundo e se opunha à política de alinhamento automático com os Estados Unidos, adotada por Castello Branco.
10.10.74 - O Supremo Tribunal Federal condena o deputado Francisco Pinto (MDB-BA) a seis meses de detenção. Ele havia feito discurso (14-03-74) contra Augusto Pinochet, presidente da Junta Militar do Chile, que veio ao Brasil para a posse de Geisel.
16.10.74 - Os Sétimos Jogos Pan-Americanos, previstos para ocorrer de 26 de abril a 11 de maio de 1975, em São Paulo, são cancelados a pedido do Comitê Olímpico Brasileiro, em razão da epidemia de meningite e do atraso na liberação de verbas para as obras do evento.
15.11.74 - O MDB vence as eleições para o Congresso, obtendo 16 das 22 cadeiras do Senado em disputa.
25.11.74 - Anunciada a descoberta de petróleo na bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.
27.06.75 - É assinado o acordo nuclear entre Brasil e Alemanha, visando à transferência de tecnologia e construção das centrais nucleares em Angra dos Reis.
25.10.75 - O jornalista Vladimir Herzog, conduzido a depor no DOI-Codi do 2º Exército (SP), é encontrado enforcado em uma cela. As autoridades alegam suicídio.
17.01.76 - O operário Manoel Fiel Filho é encontrado morto no DOI-Codi do 2º Exército (SP).
20.01.76 - Geisel afasta o general Ednardo D'Avila Mello da chefia do 2º Exército, substituindo-o pelo general Dilermando Monteiro. No dia seguinte, D'Avila pede transferência para a reserva. A linha dura militar perde espaço no aparelho estatal. Recomeçam os atentados terroristas contra entidades de oposição.
24.01.76 - O 5º Grande Prêmio de Fórmula 1 do Brasil marca a estréia do carro Fitti-1, construído por Émerson Fittipaldi, com o patrocínio da Copersucar.
18.05.76 - Geisel envia ao Congresso projeto de lei regulamentando o pleito municipal. A Lei Falcão, como ficou conhecida, limita a propaganda eleitoral no rádio e na TV. Foi aprovada no Congresso em 24 de junho.
19.08.76 - Atentado a bomba na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio. No mesmo dia, é encontrada uma bomba na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio. Os atentados são reivindicados pela organização de direita Aliança Anticomunista Brasileira. Em setembro, o grupo sequestra e espanca o bispo de Nova Iguaçu, Adriano Hipólito (22/09).
30.09.76 - A Petrobrás e a British Petroleum acertam os termos fundamentais do primeiro contrato com cláusula de risco para a exploração de petróleo no Brasil.
15.11.76 - A Arena obtém 53,6% dos votos nas eleições municipais, contra 46,4% do MDB.
20.12.76 - Armando Falcão, ministro da Justiça, proíbe a publicação e a circulação da obra "Feliz Ano Novo", de Rubem Fonseca. O livro foi liberado em 1989.
01.04.77 - Geisel baixa o Pacote de Abril (emenda constitucional nº 7), que decreta o recesso do Congresso e altera dispositivos da Constituição. No dia seguinte, outra emenda muda a composição do colégio eleitoral, para assegurar a eleição do próximo presidente. Criação da figura do senador indireto ("biônico").
15.06.77 - O Congresso aprova emenda constitucional do senador Nélson Carneiro que introduz o divórcio no país. Sua aprovação é ratificada em votação em 23 de junho.
08.08.77 - Professores da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (SP) divulgam a "Carta aos Brasileiros". Assinado por mais de 200 advogados, o texto defende o Estado de Direito e a soberania da Constituição.
09.09.77 - Por determinação de Armando Falcão, é instaurado inquérito para apurar as responsabilidades pela publicação, pela Folha, de crônica do jornalista Lourenço Diaféria, julgada ofensiva à figura do Duque de Caxias, patrono do Exército. Preso no dia 15, o jornalista é libertado cinco dias mais tarde. Em 14/09/78, o jornalista é absolvido das acusações pela 2ª Auditoria Militar.
22.09.77 - A PM invade a PUC-SP, onde se realizava o 3º Encontro Nacional de Estudantes. São detidas 800 pessoas -32 são enquadradas na Lei de Segurança Nacional.
12.10.77 - Geisel exonera o ministro do Exército, general Sylvio Frota, candidato à Presidência apoiado pela linha dura. Os "frotistas" tentam articular uma reação militar, mas Geisel obtém o apoio do Alto Comando das Forças Armadas.
3.01.78 - O general Hugo Abreu, chefe do Gabinete Militar da Presidência, pede demissão a Geisel, por discordar da escolha do chefe do SNI (Serviço Nacional de Informações), general João Baptista Figueiredo, para ser o candidato do governo à sucessão presidencial.
12.05.78 - Começam as greves no ABC, com a participação de 80 mil trabalhadores. Empresários concedem reposição salarial.
08.06.78 - Os jornais "O São Paulo", "Movimento" e "Tribuna de Imprensa" passam a circular sem censura prévia.
15.10.78 - O general João Baptista Figueiredo é eleito presidente, vencendo o general Euler Bentes Monteiro (MDB) no colégio eleitoral por 355 votos a 225.
07.12.78 - Governo suspende a censura prévia à propaganda de rádio e televisão.
31.12.78 - Geisel revoga o AI-5 (Ato Institucional nº 5).
15.03.79 - O presidente João Baptista Figueiredo toma posse.

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