São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996 |
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Presidente temia ser deposto
DA SUCURSAL DO RIO Presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) durante o governo Geisel, d. Aloísio Lorscheider afirmou à Folha que o então presidente da República admitia a existência de grupos interessados em derrubá-lo.Segundo d. Aloísio, durante uma audiência, Geisel "deixou escapar" uma frase sobre o assunto. De acordo com o atual arcebispo de Aparecida (SP), o presidente da República afirmou: "Se quiserem apear-me (do governo), podem fazê-lo. Eu, enfrentando, enquanto puder, continuarei até o fim do meu mandato." Durante o governo do luterano Geisel, o relacionamento com a Igreja Católica foi marcado por alguns choques públicos e por intensas negociações de bastidores. D. Aloísio e d. Ivo Lorscheiter, então secretário geral da CNBB, participaram de diversas reuniões com integrantes do governo -entre eles, Geisel e o general Golbery do Couto e Silva. D. Ivo disse que, no governo Geisel, ele e outros bispos continuaram a manter reuniões com representantes dos militares -prática estabelecida no governo Médici. Os casos de torturas e os desaparecidos políticos eram as principais preocupações da CNBB. Em 1976, os assassinatos dos padres Rodolfo Lunkenbein e João Bosco Penido Burnier -ambos envolvidos com problemas dos índios- e o sequestro de d. Adriano Hipólito, então bispo de Nova Iguaçu (RJ), azedaram as relações entre igreja e governo. Texto Anterior: Geisel sugeriu criação do SNI Próximo Texto: Estatização e dívida externa marcaram era Índice |
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