São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996 |
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Gordura vira fraco fio condutor
BARBARA GANCIA
Estrelada -em uma overdose de sete papéis distintos- por Eddie Murphy, a versão anos 90 do professor meio dr. Jekyll meio mr. Hyde perdeu boa dose da inocência e da graça do personagem vivido por Lewis em 1963. O atual aloprado é Sherman Klump, um desengonçado professor de química com a cinturinha de pilão do ministro Sérgio Motta. E, bem ao gosto das obesas platéias norte-americanas -que desembolsaram US$ 120 milhões na bilheteria para ver o filme nos primeiros dois meses de exibição-, é a gordura do paquidérmico Klump o fio condutor para um farto repertório de vulgaridades e piadas escatológicas. A maquiagem e os efeitos especiais dos personagens de Eddie Murphy impressionam. Conseguem ser mais convincentes até do que a mrs. Doubtfire de Robin Williams. É capaz de você sair do cinema sem saber apontar quais os papéis vividos pelo humorista. Uma comédia, no entanto, não se mede pela quantidade de efeitos especiais e sim, que eu saiba, pelo saldo de gargalhadas. Na pré-estréia no Maksoud Plaza, à exceção das crianças, que se esbaldaram com a profusão de tiradas sobre flatulência, a platéia entrou muda e saiu calada. Nem mesmo a constatação de que Eddie Murphy driblou o fracasso de seu filme anterior, "Um Vampiro no Brooklyn", e entrou em nova fase (ele agora tenta se tornar a versão "black" de Jim Carrey) conseguiu provocar alguma reação no público da estréia. Aos pais que não têm como escapar da inglória tarefa de levar os filhos para assistir à fita, o único consolo é saber que, de tempos em tempos, "O Professor Aloprado" original de Jerry Lewis é reprisado na "Sessão da Tarde". Filme: O Professor Aloprado Direção: Tom Shadyac Com: Eddie Murphy Quando: estréia hoje nos cines Comodoro, Morumbi 3 e circuito Texto Anterior: "'Professor é doce", diz Eddie Murphy Próximo Texto: Trunfo de "Loura Incendiária" está em orçamento baixo Índice |
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