São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996
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Governo envia tropas da PM para o Pontal

DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA

O governo de São Paulo determinou ontem o envio de tropas da Polícia Militar para a região de conflito entre trabalhadores sem terra e proprietários rurais na região do Pontal do Paranapanema, oeste paulista.
Segundo a assessoria do governador, o objetivo é prevenir qualquer confronto entre sem-terra e fazendeiros. O governo considera a situação no local muito tensa.
Sem-terra e fazendeiros programaram manifestações de protesto a partir das 9h de hoje em Mirante do Paranapanema (640 km a oeste de São Paulo).
O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal, José Rainha Jr., disse que pretende concentrar 3.000 acampados em frente à fazenda Santa Rita para exigir reforma agrária na região.
Uma parte da fazenda está invadida pelos sem-terra desde a semana passada. O MST orientou os sem-terra a não deixar a área. A Justiça determinou o despejo.
"Nós vamos mostrar nossa força para os latifundiários. Eles têm pistoleiros armados e acham que podem tudo. Nós vamos mostrar que só queremos terra para plantar", afirmou Rainha.
Os fazendeiros pretendem, também hoje cedo, fazer uma concentração na sede da fazenda Santa Rita para protestar contra as invasões de terra no Pontal.
A Santa Rita, com 8.500 hectares, pertence ao pecuarista Marcelo Negrão. O MST diz que a fazenda é um "latifúndio improdutivo".
Os fazendeiros, segundo a Agência Folha apurou, são liderados por Negrão, que desde o último final de semana mantém 20 seguranças armados protegendo sua propriedade. A reportagem tentou falar com Negrão, mas seu telefone não responde.
As tropas enviadas ao Paranapanema totalizam 300 homens. Eles pertencem ao Comando do Policiamento da Área de Presidente Prudente, que fica próximo ao Paranapanema. A ordem da PM é evitar qualquer tipo de conflito.
Uma das tarefas preventivas da tropa é bloquear estradas para evitar a aproximação dos dois grupos. A decisão sobre o envio de tropas foi do secretário de Segurança, José Afonso da Silva.

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