São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996
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FHC gera 'miséria', afirma Erundina

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua nova estratégia eleitoral de bater no governo federal para atingir José Serra (PSDB), Luiza Erundina (PT) disse ontem que a política econômica de FHC "precisa ser rechaçada" por gerar "recessão, desemprego e miséria".
"Nós, a partir de São Paulo, vamos rechaçar essa política", disse, no início da noite de ontem, no final de uma passeata de mulheres do PT nas ruas centrais de São Paulo. Para ela, sua vitória "muda o jogo" da sucessão em 98.
Erundina também criticou Paulo Maluf, padrinho político de seu principal adversário, Celso Pitta (PPB). "O povo não come cimento, não come concreto", disse. "Também não come as mentiras que eles estão colocando na TV."
Visita e chope
Pela manhã, acompanhada de diretores da CUT e da Força Sindical, tradicionais adversárias do sindicalismo brasileiro, fez campanha em portas de fábricas da região do Ipiranga, entre elas a Ford.
Depois de um discurso em cima de um carro de som, tomou café da manhã com os operários da Ford, no refeitório da empresa. Às 12h, visitou fábricas na Mooca, região central da cidade.
Na visita feita à Antártica, a petista surpreendeu os assessores. Tomou uma caneca de 500 mililitros de chope, oferecida pelos operários da fábrica. Visitou ainda a Lorenzetti e a Arno.
Divisão do programa
Erundina voltou a dizer que é "inviável" a divisão de seu horário de TV com outros candidatos da região metropolitana. "É difícil. Temos partidos aliados em São Paulo que não estão aliados no ABC", afirmou a petista.
O principal exemplo citado por Erundina é o caso de Diadema, no ABC. Ali, PT e PSB -que estão aliados na campanha paulistana- disputam a prefeitura local com candidaturas distintas.
Segundo ela, a decisão sobre a divisão de seu programa cabe ao comando de sua campanha. A Folha apurou que o direção da campanha rechaçará mais uma vez a tentativa da direção do partido de dividir o programa de TV.
É a segunda vez que essa proposta é colocada. No início da campanha, houve um princípio de crise entre Erundina e o PT por causa de sua resistência em ceder seu espaço de TV. Mas o PT voltou à carga.

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