São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996
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Reeleição será apreciada fora da reforma política

RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) afirmou ontem, no Palácio do Planalto, que a emenda que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso deve ser apreciada separadamente das demais propostas de reforma política.
Para defender a emenda, o ministro chegou a citar o presidente Juscelino Kubitschek (1956-61). Segundo Santos, se a reeleição fosse possível naquela época, "teria sido bom para o país".
As declarações foram feitas após a solenidade de sanção da lei que isenta as exportações do pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), deverá enviar ofício aos líderes dos partidos pedindo a indicação dos representantes na comissão especial que analisará a emenda, logo após o primeiro turno das eleições.
Os governistas já esperam que o presidente do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), e o presidente do PPB, senador Esperidião Amim (SC), criem obstáculos para tentar impedir a indicação dos deputados de seus partidos.
Mas o líder do PMDB, Michel Temer (SP), aliado do Planalto, está incumbido de reunir a bancada para escolher os nomes do partido que integrarão a comissão.
Com isso, os governistas avaliam que são grandes as chances de o PPB não querer ficar isolado e também indicar representantes.
A previsão dos governistas é que a comissão seja instalada em 16 de outubro. Mas, segundo Santos, o calendário não é rígido. "Não podemos ter um calendário como uma tabela de futebol", disse.
O líder do governo na Câmara, deputado Benito Gama (PFL-BA), também recorreu à metáfora futebolística para explicar como deve tramitar a emenda.
"É como uma bola na pequena área. Não sabemos quando vai entrar. Como é uma emenda da maior importância, temos de tomar cuidado, avaliar o momento certo", disse.
Sergipe
Também presente à solenidade, o governador de Sergipe, Albano Franco (PSDB), aproveitou para manifestar seu apoio à reeleição.
Franco disse que iria trabalhar junto à bancada de seu Estado para convencer os parlamentares a votar a favor.

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