São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Roseana defende reeleição
RAQUEL ULHÔA
Filha do senador José Sarney (PMDB-AP), possível candidato à Presidência, a governadora afirmou que é "ideologicamente" favorável à reeleição de presidente, governadores e prefeitos. Na sua opinião, esse princípio deve ser aprovado pelo Congresso a tempo de beneficiar os atuais chefes do Executivo. "Reeleição tem que ser para já." Roseana negou que sua posição se choque com a pretensão do pai. "Reeleição não é nomeação. Ele (FHC) vai participar de uma disputa. E quem quiser pode disputar também", disse. Roseana não disse se prefere disputar sua própria reeleição no governo do Maranhão ou participar, como vice, da chapa de algum candidato à Presidência. "Isso é para pensar depois. Por enquanto, quero terminar meu mandato." Ex-presidente da República (1985-89) e atual presidente do Congresso, Sarney não esconde o desejo de voltar ao Palácio do Planalto. Mas ele tem sido cauteloso quando o assunto é reeleição. Sarney só vai se posicionar publicamente sobre o assunto quando decidir se será ou não candidato. E ele disputará a Presidência somente se sentir que tem chances reais de vencer, o que depende de vários fatores. Na avaliação dos seus amigos, o comportamento de Sarney é como o de enxadrista. Cada passo depende de outros lances, como a reforma ministerial e a eleição dos presidentes do Senado e da Câmara. Sarney quer manter o controle do Senado. Para isso, o novo presidente da Casa teria de ser um de seus aliados. Sarney não quer, por exemplo, a eleição do líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), aparentemente o preferido do Palácio do Planalto. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) é amigo de Sarney e forte candidato à sua sucessão, mas tem seus próprios planos. O líder do PMDB, Jader Barbalho (PA), também é candidato e ligado a Sarney. Mas vai disputar com Iris Rezende (GO) dentro da bancada. Sarney acha que FHC vencerá a eleição se puder se candidatar. Sua própria candidatura depende do PMDB e do apoio de outros partidos. Em uma coisa Sarney concorda com FHC: o mandato presidencial de quatro anos é curto demais. Texto Anterior: Convocação custaria R$ 9,5 mi Próximo Texto: Vicentinho critica ação dos sem-terra Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |