São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996
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Mulher morre após fazer lipoaspiração

Médico de Ribeirão nega responsabilidade

DA FOLHA RIBEIRÃO

A polícia de Ribeirão Preto (319 km de SP) abriu inquérito ontem para investigar a morte da auxiliar de serviços gerais Maria Ines Guerino, 39. Ela morreu anteontem na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital São Francisco.
Na quarta-feira, Maria Ines foi submetida a uma lipoaspiração -retirada de gordura por meio de de aspiração- no abdome e no quadril. A cirurgia foi realizada pelo médico Vanderson Bullamah em seu consultório.
O advogado de Bullamah, Armando Nogara, 59, nega a responsabilidade do médico na morte da paciente. Segundo ele, Maria Ines começou a passar mal 24 horas após a intervenção cirúrgica.
Necropsia realizada no corpo de Maria Ines revelou que ela morreu devido a um edema pulmonar hemorrágico. O edema surge a partir de uma lesão grave no organismo e tem poucas chances de ser curado.
Exames microscópicos vão apontar o que teria causado o edema. O resultado sai em uma semana. Além da polícia, o CRM (Conselho Regional de Medicina) também está investigando o caso. Um membro do conselho acompanhou a necropsia ontem.
Segundo caso
Esse é o segundo caso em oito meses em que uma paciente morre após fazer uma lipoaspiração com o médico Vanderson Bullamah. A primeira morte foi em fevereiro.
A paciente Vera Lúcia Carnaval, 48, de Serrana, morreu após uma lipoaspiração feita no dia 31 de janeiro, segundo sua mãe, Yolanda de Giovanni Caressato.
Rosa Helena Guerino Sedassare, 28, cunhada de Maria Ines, afirmou que ela começou a passar mal na quinta-feira pela manhã, logo após a cirurgia, quando ainda estava na clínica do médico.
"Tentamos falar com ela nos dois dias, mas o médico afirmou que ela estava dormindo", disse. Segundo ela, a família viu Maria Ines apenas às 20h30 de quinta.
"Ficamos cinco minutos no quarto. Maria Ines não falava e tinha dificuldades para respirar", disse Rosa. Ela afirmou que a família pretende processar o médico.
O boletim de ocorrência foi registrado como averiguação de homicídio culposo (sem intenção). "Vamos aguardar o laudo e começaremos a ouvir as testemunhas", disse o delegado assistente do 1º DP, Marcelo Garcia de Lima, 35.

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