São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996
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Inflação já é página virada, afirma FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso prometeu ontem crescimento para o Brasil, durante a cerimônia de assinatura da lei que isenta as exportações do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
"Nós viramos a página da inflação e começamos o capítulo do crescimento", afirmou, em discurso.
Ele não anunciou estimativas para taxas de crescimento, mas disse que a previsão do governo é de "inflação de não mais de 0,5% ao mês, até o fim do ano".
Desde seu início, o governo FHC tem sacrificado o crescimento econômico para privilegiar o controle da inflação.
"Não estou prometendo o que não é factível; estou prometendo um crescimento que seja sustentável de todos os pontos de vista", disse FHC.
Segundo ele, o governo tem tomado medidas concretas para estimular o desenvolvimento. Entre elas, citou a redução da taxa de juros, facilitação do crédito e as privatizações.
FHC afirmou ter recebido duas boas notícias para a economia nesta semana: a queda da inflação e a aprovação da lei do ICMS.
"A inflação, em várias cidades, chegou a zero e noutras, perto de zero. Houve deflação, em alguns casos, e a inflação está controlada." Isso significa, disse, que a inflação foi "domada".
Ressaltou, porém, que o governo vai continuar tentando recuperar as finanças públicas -que na gestão de FHC registraram os piores resultados da década.
Congresso
FHC utilizou a metade final de seu discurso para elogiar o Congresso, que nos últimos dias aprovou projetos de interesse do governo -desoneração do ICMS, criação da CPMF, do fundo do magistério e a nova regulamentação para o porte ilegal de armas.
Disse acreditar que os parlamentares votarão, ainda neste ano, as reformas administrativa e da Previdência Social.
A reforma tributária, segundo FHC, já foi iniciada com a desoneração das exportações. "A parte mais importante da reforma tributária foi feita hoje."
Ele disse que, segundo cálculos técnicos, a medida representa redução de 15% até 30% no custo do investimento.
Segundo FHC, isso deve levar ao aumento de 20% nos investimentos e ao acréscimo de 1,5% no PIB (Produto Interno Bruto).
"É a maior redução da carga tributária no Brasil nas últimas décadas", afirmou, acrescentando que a União compensará os Estados pelas perdas "com satisfação".

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