São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Déficit em conta corrente até agosto atinge US$ 11 bi

Resultado equivale a 2,8% do PIB e supera a meta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As contas externas do país ainda apresentam um déficit maior do que o desejado pelo governo.
Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, o déficit nas transações correntes -que incluem, basicamente, as operações comerciais e os juros da dívida externa- foi de US$ 11 bilhões nos primeiros oito meses de 1996.
Esse valor equivale a 2,8% do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país).
Pelas metas do Plano Plurianual, elaborado no ano passado, o resultado negativo deveria ser de 2,5% do PIB em 1996.
Ontem, o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que o governo trabalha com a hipótese de chegar ao final do ano com um déficit em conta corrente de "até 3% do PIB".
Desde a crise do México, a partir do final de 1994, o déficit em conta corrente dos países latino-americanos é examinado de perto pelos especialistas.
Depois de acumular um déficit de 8% do PIB, o México acabou ficando sem dólares em caixa depois que os investidores internacionais -que cobriam o buraco- deixaram aquele país.
Juros
O fator que mais colaborou para o déficit em conta corrente foi o pagamento de serviços. Em juros da dívida externa, saíram do Brasil US$ 6,002 bilhões até agosto.
No mesmo período de 1995, a conta de juros externos foi de US$ 4,907 bilhões, e o déficit em conta corrente, de US$ 13,087 bilhões.
O desempenho da balança comercial (exportações menos importações) contribuiu para que o déficit em transações correntes se reduzisse. O déficit comercial, nos oito primeiros meses do ano, caiu de US$ 3,9 bilhões (1995) para US$ 937 milhões (1996).

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