São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Berzoini convoca "cúpula" de trabalhadores em campanha

CRISTIANE PERINI LUCCHESI

CRISTIANE PERINI LUCCHESI; FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Objetivo do encontro é criar comitê para ação conjunta

e FÁBIO ZANINI
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini, convocou para amanhã reunião de cúpula das principais categorias com campanha salarial no segundo semestre.
São os químicos, metalúrgicos da Força Sindical e da CUT, com data-base em novembro, e os petroleiros e bancários, com data-base em setembro.
O objetivo, segundo Berzoini, é criar um comitê de articulação das campanhas, organismo ágil para definir ações conjuntas e ajuda até material entre sindicatos.
Será avaliado o ânimo das "bases" para protesto no dia 26, data da greve geral na Argentina. Uma paralisação não está descartada.
"O governo oferece reajuste de 8,8% na Petrobrás e os bancos privados, de 8%. Deve haver uma articulação entre eles para que os índices sejam tão semelhantes", disse Paulo Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical).
"Precisamos nos articular também pois a coisa vai pegar fogo", disse Paulinho. Ele foi convidado para o encontro, assim como Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD (CUT).
"Vamos definir prioridades, como a reposição da inflação passada e o emprego", afirmou Marinho.
Para Antônio Carlos Spis, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), com os 8,8%, o governo está sinalizando aos empresários da Fiesp como deverão ser as negociações com metalúrgicos e químicos em novembro.
"O governo quer que esqueçamos a inflação passada. Mas nós só vamos aceitar o fim da indexação salarial quando a inflação acabar", disse Spis, que confirmou a presença no encontro com Berzoini.
Os petroleiros realizam hoje em todo o país assembléias para discutir a proposta da Petrobrás.
Também hoje os químicos da CUT definem, em plenária, sua pauta de reivindicações, segundo Francisco Chagas Francilino, da Confederação Nacional dos Químicos da CUT, outro participante da reunião com Berzoini.
Paralisação na Ford
Os trabalhadores do setor de fabricação de motores da Ford de São Bernardo (SP) paralisaram parcialmente ontem o trabalho em protesto contra a possível demissão de 400 metalúrgicos.
O setor, com 880 trabalhadores, produz motores para o Gol 1.0. Em dezembro, com a inauguração da fábrica de motores da Volks de São Carlos (SP), o convênio entre as empresas será encerrado.
Os trabalhadores do turno da manhã cruzaram os braços entre as 6h45 e as 13h, e os da tarde deixaram de trabalhar das 17h às 23h.
Na Mercedes-Benz, os 150 trabalhadores do setor de montagem de cabines em São Bernardo pararam. Eles querem negociar salários já, antes da data-base.

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