São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996 |
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Mérito de prêmio é disputado
MAURICIO STYCER
Pergunta: quem merece o crédito por essa vitória de Diadema? "Modéstia à parte, esse prêmio deveria ser dado a mim. Fui eu que comecei a urbanização das favelas de Diadema", diz Gilson Menezes. "Eu é que tinha que ter ganho o prêmio da ONU. Meu governo foi o que mais investiu em urbanização de favelas", diz Zé Augusto. "O Gilson merece 5% do prêmio, o Zé Augusto, 5%, e eu, 5%. Os outros 85% deveriam ir para os grupos organizados e técnicos em favela", diz José de Filippi Jr., que foi a Istambul durante a Habitat 2. Filippi não demonstrou na ocasião o mesmo desapego que demonstra hoje pelo reconhecimento da ONU. Por conta de problemas políticos em Diadema, ele chegou a viajar a Istambul duas vezes num período de duas semanas. Filippi planejava se ausentar da cidade durante 20 dias, mas para isso teria de ter autorização da Câmara de Vereadores e ser substituído. O problema é que quem substituísse Filippi após o dia 2 de junho ficaria inelegível. Como não obteve autorização, o prefeito foi a Istambul, permaneceu fora do cargo dez dias (o máximo permitido sem autorização), voltou a Diadema, bateu o ponto, e um dia depois retornou a Istambul. A viagem-extra acrescentou US$ 1.600 aos US$ 20 mil que Diadema aplicou em Istambul. Empresários Os empresários aprenderam a conviver, a fazer negócios e, até, a admirar os petistas. Ouça o que diz Walter Bottura Jr., diretor-titular da seção de Diadema do Ciesp, entidade que representa 400 das cerca de 1.500 indústrias da cidade: "A renovação de Diadema começou com o Gilson. O Zé Augusto consolidou. E o Filippi 'arrebentou' na cidade", diz Bottura, 46. "As idéias do PT não têm muito a ver com as das indústria, mas temos feito várias parcerias." (MSy) Texto Anterior: Esquerda racha, mas continuará no poder na 'cidade vermelha' do ABCD Próximo Texto: 'Meu adversário é um retrocesso' Índice |
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