São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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BNDES quer que Eletrobrás venda participação na Escelsa

Banco avalia que operação seria vantajosa para estatal

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor do programa de privatizações federal, quer vender os 14,7% de ações da Escelsa ainda em poder do governo, mas técnicos da Eletrobrás avaliam que a venda agora traria prejuízo.
A Eletrobrás, ex-controladora da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas), é a dona das ações que permanecem com o Estado.
Ontem, diante de informações de que o BNDES proporia ao CND (Conselho Nacional de Desestatização) a venda das ações ao preço unitário de R$ 71,05, houve revolta na Eletrobrás, mas a empresa acabou não se pronunciando.
No final da tarde, o vice-presidente e diretor do BNDES para a área de privatização, José Pio Borges, disse que a proposta será levada ao CND no dia 22 de outubro. Mas ele negou que o BNDES quisesse vender as ações por R$ 71,05.
Segundo Borges, o que o banco escreveu no estudo sobre a venda das ações foi que R$ 71,05 seria o preço mínimo das ações.
O objetivo é que a soma do obtido nessa venda com o já apurado em outras etapas não fique abaixo da avaliação mínima da Escelsa.
Segundo Borges, o BNDES sugere a venda pois o preço das ações estaria vantajoso, em torno de R$ 127,00. Segundo ele, as ações iriam a leilão em bolsa, tendo como preço mínimo o valor de mercado.
Na privatização, em julho de 95, cada ação foi leiloada por R$ 157,30. Vendidas a R$ 127,00, as ações remanescentes custariam 19,3% menos que aquele valor. Borges disse que as ações do leilão colocavam em jogo o controle da empresa, tendo que ser mais caras.

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