São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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PPB espera 'ajuda' de urna eletrônica

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora não revele publicamente, o PPB comemora discretamente o fato de os eleitores ainda terem dificuldades com o voto eletrônico em São Paulo, conforme pesquisa Datafolha publicada anteontem.
Pela pesquisa, coube aos eleitores de Celso Pitta (PPB) o maior percentual de acerto. Entre os que se definiram pelo malufismo, 71% digitaram certo o número 11 (em tese, mais fácil de teclar: é a repetição de um mesmo algarismo).
Os pepebistas avaliam que o erro ao votar pode -acidentalmente e de forma muito apertada- dar vitória já no primeiro turno a Pitta. Para vencer, Pitta precisa de 50% mais um dos votos válidos.
"Achei que a pesquisa estava ótima", disse, com leve sorriso, Maluf, ontem à tarde durante carreata em São Miguel (zona leste).
"Pitta é o candidato mais conhecido e com mais intenção de voto em função de trabalho que realizamos juntos. Os outros, menos conhecidos, é que têm de fazer algum esforço para popularizar o seu número", afirmou o prefeito, para quem só um "acidente" pode liquidar o pleito em 3 de outubro.
Um dos fatores que pode levar ao "acidente" que colocaria Pitta na prefeitura já, segundo pepebistas, é fato de os eleitores de Francisco Rossi (PDT), errarem bastante (18%), admitirem que não sabem o número do candidato (17%) e não saberem votar (outros 17%).
Os malufistas alegam também que, pela primeira vez, a eleição não terá estímulo na hora de votar, já que o eleitor não vai receber um papel com os nomes de todos os candidatos impressos. O computador exige uma ação do eleitor.
O PPB está dando muito valor às pesquisas espontâneas, por acreditar que nelas o eleitor revela o seu conhecimento do candidato.
Equívoco
O gerente de pesquisas do Datafolha, Mauro Paulino, 36, diz, porém, que é "um equívoco" supervalorizar a pesquisa espontânea.
"Com a proximidade da eleição, o eleitor está se informando, buscando dados com a pessoa mais instruída da casa. A TV e os partidos vão reforçar a propaganda. No dia, com a boca-de-urna, o eleitor vai estar estimulado. Vai levar seu voto escrito em papel", afirma.
E mais: embora o cartão da pesquisa imitasse a face do computador, a máquina permite correção (o que a pesquisa não pôde medir).

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