São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Israel e palestinos brigam por túnel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Palestinos entraram em choque ontem com a polícia israelense por causa da inauguração de um túnel arqueológico escavado sob o Muro das Lamentações e a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém.
Os protestos começaram após o prefeito de Jerusalém, Ehud Olmert, inaugurar o local, considerado importante sítio arqueológico. O túnel tem 488 m, cerca de 2000 anos e passa sob o Muro das Lamentações, as mesquitas de Omar e Al-Aqsa e termina na Via Dolorosa.
"Isto é um crime, uma violência contra nossa religião e nossos lugares sagrados", disse Iasser Arafat, líder palestino.
"A abertura do caminho irá facilitar o acesso de turistas aos sítios arqueológicos sob o Muro das Lamentações", disse o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu.
Centenas de palestinos tentaram invadir o local, mas foram barrados por policiais israelenses. Comerciantes árabes fecharam suas portas contra "a violação dos lugares sagrados dos muçulmanos".
Soldados israelenses usaram balas de borracha para dispersar os palestinos que jogavam pedras e garrafas da Esplanada das Mesquitas contra judeus que rezavam junto ao Muro das Lamentações.
Os templos de Omar e Al-Aqsa compõem a Esplanada das Mesquitas e o Muro das Lamentações fica na encosta da esplanada.
O ministro para Assuntos Religiosos da Administração Palestina, Hassan Tahboub, afirmou que seu povo "não assistirá ao ocorrido em silêncio".
Em janeiro passado, os palestinos e o antigo governo trabalhista chegaram a um acordo que permitiu a escavação das ruínas do túnel. O governo israelense chegou a afirmar que iria permitir o acesso dos palestinos ao local.
Cisjordânia
Em Hebron, soldados israelenses também dispersaram uma manifestação palestina com balas de borracha.
Cerca de 500 palestinos protestavam contra o fechamento de um mercado árabe pelo Exército judeu. Quatro manifestantes foram presos e dezenas ficaram feridos.
Hanan Ashrawi, ex-porta-voz da delegação palestina nas primeiras negociações de paz em Madri (1991), foi derrubada durante uma briga com soldados israelenses.
Líbano
Além das manifestações palestinas, Israel também enfrentou guerrilheiros no sul do Líbano.
Os israelenses teriam matado dois membros do grupo xiita Amal (pró-Síria), apoiado pelo presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, na "zona de ocupação" na fronteira entre os dois países.
Em nota divulgada ontem, o grupo Hizbollah (pró-Irã) afirmou ter resistido a ataques do Exército israelense no sul do Líbano.

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