São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996![]() |
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'Poupem e comprem à vista'
MILTON GAMEZ
"Com essas taxas de juro, as pessoas não deveriam tomar dinheiro emprestado. Que esperem e poupem para comprar à vista depois. A renda pode não crescer no mesmo ritmo dos juros", afirmou Schulman. O clamor do banqueiro contra a antecipação de compras pelos consumidores tem por trás a previsão de que o crédito pessoal poderá aumentar 20% neste último trimestre do ano. Se ocorrer, o movimento poderá gerar cerca de R$ 3 bilhões em novos créditos a pessoas físicas, partindo-se da premissa de que há R$ 15 bilhões em crédito pessoal (exceto pré-datados), segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas. Só o Bradesco deverá despejar até US$ 1 bilhão em novos empréstimos (a pessoas físicas e jurídicas) no último trimestre, segundo seu presidente, Lázaro de Mello Brandão. Com os juros em baixa -mas ainda elevados- e a oferta de crédito em alta, as instituições poderão ser surpreendidas novamente se financiarem demais o consumo pré-natalino e sofrerem, mais adiante, restrições do governo ao crédito. "O risco de um novo salto na inadimplência existe, mas é sempre bom lembrar que gato escaldado tem medo de água fria", diz Manoel de Oliveira Franco, presidente da Acrefi, entidade que reúne as financeiras. O nível de inadimplência, segundo diversos executivos de bancos, está diminuindo, mas ainda é preocupante. No fechamento do primeiro trimestre, um grupo de 43 bancos, detentores de 95% do mercado, tinham reservas contra calotes da ordem de US$ 3,6 bilhões, contra US$ 960 milhões em junho de 1994. (MG) Texto Anterior: Bancos criam central contra calotes Próximo Texto: Linha de crédito fracassou, afirma presidente do BNDES Índice |
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