São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Vestibulandos surfam na rede

DA REPORTAGEM LOCAL

Se você é um ser plugado na Internet, uma boa notícia: várias faculdades já estão com endereços disponíveis na rede mundial. E o melhor, elas trazem informações sobre o vestibular.
É bom lembrar, no entanto, que às vezes é preciso ter um pouco de paciência (às vezes, muita, é verdade) para conseguir acessá-las.
Afinal, nem sempre a velocidade das máquinas é a mais adequada ao ritmo alucinado do vestibulando.
O estudante Marcos Romeiro Hryniewicz, 20, acessa a Internet todos os dias. Em média, gasta uns 45 minutos de seu horário de almoço para surfar na rede. Marcos vai prestar engenharia de produção na USP.
Antes de comprar o manual, ele já sabia o calendário das provas, o preço do manual, os locais e a taxa de inscrição da Fuvest. Tudo por meio do computador.
"Na rede encontrei também estatísticas sobre o perfil dos alunos que entraram na USP. Quantos fizeram escola técnica, cursinho etc. Queria ver se me encaixava nesse perfil", afirma.
Fonte de pesquisa
Marcos conta, ainda, que acessa a Internet quando quer localizar algum país, certificar-se de alguma data ou ter mais informações sobre algum escritor.
"Outro dia procurei por João Cabral de Melo Neto e, entre outras coisas, lá estava um resumo de 'Morte e Vida Severina', livro que pode cair na Fuvest."
André Okamura, 17, é outro que navega na Internet. "Acessei a USP para saber mais sobre o curso de mecatrônica. Acabei encontrando páginas com trabalhos desenvolvidos por alunos, acesso aos laboratórios e alguns outros dados sobre a faculdade. Deu pra ter uma boa idéia de como é o curso."
André diz que gostaria de fazer algum curso de redação via Internet."Sou meio fraquinho em redação, preciso exercitar mais minha escrita."
Conhecendo a faculdade
Quem nunca visitou a faculdade dos sonhos tem a chance de conhecer o local via Internet.
Gustavo Henrique Teixeira, 18, nasceu em São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo) e quer fazer medicina na Ufrj (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"Nunca estive na universidade. Pela Internet, pude conhecer o campus da faculdade e saber como eram as provas do vestibular da Ufrj."
Gustavo acrescenta, também, que a Internet oferece outras regalias.
"O bom da rede é que eu terei acesso à lista de aprovados sem sair de casa e antes mesmo de ela ser publicada nos jornais."
O acesso antecipado à lista de aprovados é realmente a grande vantagem dos navegadores da Internet.
No ano passado, Cristiano Rodrigues, 18, que vai prestar engenharia de computação, checou a lista da Unicamp pela rede, mas seu nome apareceu apenas na lista de espera. "Esse ano vai ter de ser diferente."

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