São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Desesperados unidos

GUSTAVO BERG IOSCHPE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como é que é, tranquilo como água de poço? Não, né? Claro que não, você é um vestibulando, certo? Ou seja: o sinal de sofredor está estampado na sua testa.
Você é um daqueles que que já roeu até a unha do mindinho do pé, que toma guaraná cerebral e vira noites estudando, que se emociona quando consegue dizer o nome científico do besouro que está em cima da sua alface?
Se você ainda não é um ser desses e já está com um sorrisinho malvado no canto da boca, prepare-se: um dia você chega lá. Mas não tem galho, você terá alguém, a partir de hoje, para te acompanhar neste sacrifício: eu mesmo, este que vos escreve.
Já que estamos juntos nesse barco, é melhor apresentarmo-nos. Você eu já conheço: é vestibulando e tá acabado, o resto é frescura. Então deixa eu me apresentar.
Minha existência neste espaço deve-se à loucura (ou genialidade, dependendo do lado que você estiver) do pessoal da Folha de dar uma coluna a um fedelho gaúcho de 19 anos só porque um outro maluco (ou visionário, novamente) resolveu publicar um livro que escrevi (sobre o vestiba) quando era mais fedelho ainda. Enfim, estou aqui e vou tentar te dar uma mão.
Vale dizer que esse é um fórum superdemocrático e estou aberto -no bom sentido- a quaisquer sugestões ou broncas, desde que a minha mãe fique fora da jogada. Agora já chega de papo-furado e vamos ao que interessa.
O primeiro passo a ser tomado (antes mesmo de pedir ao seu pai um carro de presente caso você passe) é escolher o que você quer fazer da vida, que curso vai querer (é claro que se você só estiver interessado no carro o negócio é escolher algo tipo... biblioteconomia). A grande maioria das pessoas tem uma única inabalável certeza nesse momento: de que estão em dúvida.
Esqueça os testes vocacionais e aquele cara dos búzios, quem tem que descobrir o caminho é você mesmo. Uma boa idéia é se informar como é a rotina do curso que você tem em mente, pra ver se lhe agrada.
Também é legal conversar com profissionais da sua área, pra ver como é a profissão na verdade (o melhor é falar sempre com os fracassados, porque aí você já descobre todos os podres de cara).
Leve sempre em consideração coisas como retorno financeiro, ambiente de trabalho, estilo de vida necessário etc. para tomar a sua decisão.
Se depois de tudo isso você não chegar a conclusão nenhuma, relaxe. Como dizia um amigo meu, vestibular é como Carnaval: tem todo ano. Sem estresse.

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