São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
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Às escondidas
NELSON DE SÁ
O comercial malufista que fez campanha para Erundina, ontem, foi o primeiro sinal das jogadas que vêm aí. Esconde a própria autoria, registrando os partidos mais para o final, em corpo mínimo, na vertical. Mas está lá: PPB/PFL. E o apresentador malufista a dizer: - Acreditamos que não existam mais dúvidas. O primeiro número a ser digitado é o número 1. O outro número... Sorrisos. E completa a apresentadora malufista: - ... bem, o outro número é o que vai decidir o futuro de São Paulo. Não importa que seja o 3, de Erundina. E entram as imagens do trevo de corações e da estrela vermelha. O fim é confundir o eleitor indeciso que estaria propenso a votar em José Serra e pode mudar para Erundina. Serra, dizem -e desejam- os malufistas, acabou. Erundina, entendem os malufistas, mas não dizem, tem rejeição alta e é adversário fácil de bater depois. O que impressiona na jogada, mais do que o malufismo em elogios a uma petista, é ser virtualmente apócrifa. Um golpe envergonhado de reta de chegada. * Outro é o "comunicado oficial" da Secretaria de Habitação, também ontem, de claro fim eleitoral. O que impressiona, no caso, não é recorrer ao Tribunal de Contas para fazer as vezes de Justiça -e sim não responder, fora da retórica, à denúncia de que o Cingapura é locação e não venda. Diz serem "informações distorcidas", mas não mentiras. Diz existir "uma promessa de compromisso de compra e venda", mas não a compra e venda, propriamente. Pior, em apoio a Pitta, um comercial pago com dinheiro dos outros -e não deles. Texto Anterior: 'Remuneração não é lá essas coisas', diz candidato Próximo Texto: Conde é atacado por defender aborto Índice |
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