São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Homenagens somam 1.475 projetos

DA REPORTAGEM LOCAL

Dia da Saudade do Jornalista Falecido, Medalha Estandarte do Samba, obrigatoriedade de a prefeitura recolher restos de tinta na cidade e criação da rua Marylou são exemplos de projetos curiosos -e sem importância- apresentados desde 93.
Eis um dado numérico da produção desse tipo de projeto: dos 3.577 projetos apresentados, 1.475 se referiam a criação de datas comemorativas, homenagens e denominação de locais.
Ou seja, 41,2% da produção da Câmara foi dos chamados projetos "inúteis".
Desde janeiro de 1993, apenas três vereadores não renderam homenagens a uma personalidade ou a um cidadão: Devanir Ribeiro e José Mentor (ambos do PT) e Darcio Arruda (PPB).
Quase unanimemente, eles próprios consideram que criar nomes é o que de menos importante fizeram.
Mas outros vereadores afirmam que moradores dessas vielas e ruas sem nome não recebem correspondência, por exemplo. E nem carnês do IPTU.
Alguns, como Mário Noda (PTB), exageraram no "batizado". Com a ajuda de enciclopédias sobre astros do cinema mundial, ele fez 1.200 projetos de nomes de ruas e apresentou 609.
Só não apresentou os demais porque a ATM (Assessoria Técnica de Mesa) estava tendo dificuldades em registrá-los e pediu uma "trégua" a Noda.
Além do petebista, somente cinco vereadores apresentaram mais de cem projetos: Antonio Paiva, do PL (279); José Viviani Ferraz, PL (173); Wadih Mutran, PPB (169); Faria Lima, PPB (128) e Arselino Tatto, PT (118).
Paiva ficou em segundo lugar em nomes de ruas (88).
José Eduardo Martins Cardozo (PT), Dito Salim (PPB), Mohamad Mourad (PL), Nelson Proença (PSDB), Edson Simões (PMDB), Alberto Hiar (PSDB), Gilson Barreto (PSDB), Mario Noda (PTB), Anna Maria Quadros (PSDB), Sérgio Rosa (PT) e Vicente Viscome (PPB) eram suplentes e assumiram porque seus antecessores morreram ou assumiram cargos de deputado ou secretário. Eles têm de um a três anos e meio de mandato.

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