São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Malufistas fazem 'rolo compressor'

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que tomou posse, o prefeito Paulo Maluf (PPB) sempre teve maioria absoluta dos votos da Câmara -28 vereadores.
O prefeito perdeu votações apenas em primeiras discussões (a maior parte dos projetos é votada duas vezes).
Nesta legislatura, os malufistas formaram o que é chamado na Câmara de "rolo compressor legislativo".
Com ele, aprovaram tudo que Maluf considerava prioritário: suplementações de verbas, remanejamento de dinheiro do Orçamento (de uma secretaria para outra), pedidos de empréstimos a bancos e órgãos públicos, como o Iprem (o instituto municipal de Previdência), e aprovação para realizar megaobras como a Faria Lima.
O prefeito enviou cerca de 400 projetos nos últimos três anos e oito meses.
Desses, 189 projetos foram aprovados. A maioria absoluta (90%) já é lei. Não houve nenhuma rejeição, os projetos que não foram aprovados ainda estão tramitando na Câmara.
Na Casa, o PPB, partido do prefeito, tem 20 vereadores. É a maior bancada. Aos votos do PPB somam-se quatro do PL e mais dois do PTB.
Os dois votos que faltavam para a maioria absoluta do prefeito sempre foram dados por peemedebistas como Murillo Antunes Alves e Zenas Pires.
Com isso, os partidos de oposição (PT, PC do B e PSDB) afirmam que acabaram barrados pelo "rolo compressor" malufista.
'É recebendo que se dá" Transformada em lema político, a frase franciscana "é dando que se recebe" também faz parte do cotidiano da Câmara Municipal. Mas de forma inversa.
A maior parte dos malufistas sempre negociou seu apoio na base da troca: cargos (ou favores) versus voto.
Quando não foram atendidos, chegaram a desafiar Maluf. No meio do ano passado ocorreu um início de "rebelião" no PPB.
Alguns vereadores governistas se diziam "magoados" com a falta de atenção de Maluf.
O prefeito contornou a rebelião reservando um dia do mês só para atender aos pedidos de seus aliados -por exemplo, cargos para correligionários ou obras em redutos eleitorais.
Segundo um assessor do prefeito, esse era o único dia do mês em que Maluf tinha mau humor e olheiras.

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